BREVE MANUAL DE CONSERVADORISMO

   Russell Kirk é considerado o maior defensor do conservadorismo, atualmente. Suas ideias acerca do conservadorismo tem trazido nova luz ao pensamento do conservador moderno tornando-o o maior representante desta corrente de pensamento. Americano de nascimento, Kirk dedicou toda a sua vida à defesa dos valores cristãos, dos valores da família, da proteção propriedade da privada e, sobretudo, a busca pela garantia das liberdades individuais contra o despotismo e, fez desta última a sua maior bandeira a qual dedicou toda a sua vida. Ao longo desta fértil vida Kirk produziu muitas obras sobre o conservadorismo. Todas mantendo o seu estilo enxuto e sem afetações, deixando os seus textos acessíveis a todas as camadas da sociedade. Entre as suas obras encontram-se A Mente Conservadora e A Política da Prudência, que lhe deram destaque e notoriedade. Como as ideias e defesas de Russell Kirk sugerem, nasce-se conservador, mas sê-lo a vida toda exige uma certa busca. Neste sentido muitos são conservadores mas poucos o adotam de fato. Há uma obra de Russell Kirk, uma pequena obra de grande conteúdo, que transmite, para o leitor interessado, o que é o conservadorismo, trazendo a realidade americana as suas bases teóricas e filosóficas, mas que não se restringe a apenas ao povo americano. Trata-se do livro Breve Manual do Conservadorismo. Um opúsculo que busca antes de tudo introduzir os conceitos básicos do conservadorismo na mente daqueles que são diamantes brutos como conservadores, mas que pretendem se esclarecer nas ideias Conservadoras. 

   No livro Breve Manual do Conservadorismo, aprendemos o que é o conservadorismo e como sê-lo sem as costumeiras dificuldades encontradas em textos escritos sobre questões de ideias políticas de compreensão difícil. Como estamos vivendo uma febre sobre o conservadorismo, com muita gente se identificando como conservador, principalmente aqui no Brasil, é realmente importante que se conheça a fundo a sua doutrina a fim de evitar equívoco e estar preparado para responder às refutações dos opositores. 

   Kirk observa que todos de uma forma ou de outra tende a conservar algo. Este é uma condição inata ao indivíduo. Nascemos com essa tendência. Depois, as influências externas tendem a manter o indivíduo na direção conservadora ou seguir outro caminho. Mas de uma maneira ou de outra, mesmo as pessoas de inclinações mas a esquerda tendem a defender e tentam perpetuar certos valores. De maneira que todos somos conservadores. Afinal quem quer ser um dia uma coisa é no outro outra coisa? Quem defende uma ideia hoje é amanhã se opõe a si próprio? Salvo as exceções extremistas, não é normal. Esta é a essência do conservadorismo segundo Kirk. Para Kirk, nossa geração ameaça tudo o que vale a pena conservar. Fazer mera oposição impensada aos eventos atuais, agarrando-nos em desespero ao que ainda temos, não será suficiente nesta era. O conservadorismo instintivo deve ser reforçado pelo conservadorismo pensado e imaginativo“. Kirk exorta-nos a buscar o conservadorismo que há naturalmente em cada um de nós, aquele que ele chama de instintivo, e fortalecê-lo com pensamento e ideias políticas, o que ele chama de conservadorismo pensado e imaginativo. Sem dúvidas, este é o problema da nossa geração. Vivemos sob constante ameaças das ideologias de esquerda que buscam o novo sem nenhuma preocupação com as consequências das suas ideias, enquanto os que se opõem a isso, têm em sua raiz o conservadorismo pessoal, aquele que visa defender o interesse próprio, mas que perde completamente a oportunidade de ganhar musculatura e nos tornar defensores dos valores que são a base do pensamento conservador que, como disse Edmund Burke em outras palavras, devemos conservar as coisas que estão corretas e venceram o tempo e aperfeiçoar o que precisa ser melhorado. 

   Como um bom americano Kirk não poderia pensar em termos de conservação sem estar apoiado sobre a história do povo americano. Neste sentido, ele estabelece alguns princípios segundo os quais o conservadorismo americano se fundamenta, tais como: os homens e nações são governados por leis morais; variedade e diversidade são características de uma civilização avançada; justiça significa que todo o homem e toda mulher tem direito ao que lhe pertence; propriedade e liberdade estão inesperadamente entrelaçadas; o poder é  repleto de perigo; o passado é o grande armazém da sabedoria; a verdadeira comunidade está a um mundo de distância do coletivismo; os conservadores sabem que os homens é as mulheres não são perfeitos e, tão pouco, as instituições políticas. Kirk diz que “quando não é necessário mudar, é necessário não mudar. Eles entendem que homens e mulheres se contentam mais quando podem sentir que vivem em um mundo estável e de valores permanentes“. Correto, quem consegue viver bem em meio a constantes mudanças? Precisamos de seguranças e garantias para dormir e acordar no dia seguinte sabendo que o que nos faz bem é que nos trouxe até aqui continuará. A continuidade de coisas boas é fundamental para o conservador. Não se trata de aversão ao novo, mas preservar instituições e valores que fizeram com que chegássemos até aqui com segurança e conforto. O novo é bem vindo depois que provar que é absolutamente necessário. Provar, principalmente, que não é uma utopia.

   Nesta fabulosa obra sobre o conservadorismo, Kirk escreve sobre os valores e instituições tais como religião, família, propriedade, indivíduo, governo, comunidade, permanência e mudança, mas uma nota se ouve o tempo todo: liberdade. Para um conservador, liberdade é condição primeira para a construção de uma sociedade sadia. Sem liberdade não há família, não há propriedade, não há virtudes, só submissão e servidão. O fundamento do conservadorismo nos diz que o indivíduo, e não  o coletivo, é  a base da sociedade. Kirk defende que numa sociedade em que homens e mulheres trabalham para o bem comum centrada no indivíduo, mas não de forma egoísta, estabelece associações voluntárias em que o produto é a propriedade e a felicidade de todos. Ora, Kirk nos mostra que não há propriedade privada sem liberdade. Portanto, os direitos à propriedade privada e a liberdades são inalienáveis para os conservadores. Kirk acredita que “homens e mulheres têm três direitos fundamentais: o direito à vida, o direito à liberdade e o direito à propriedade privada“. Essa é a cosmovisão do conservador. Somados a isso, os valores, alicerçados pela família e a fé  em Deus são a base para a construção do bem comum sob os quais se ergue a sociedade conservadora e sob as quais pairam um ambiente de amor fraterno em que se respeita e aceita o ser humano com as suas imperfeições, pois acredita que nenhum povo está condenado a morrer nos seus erros. Ser Conservador não é ser um imobilista ou um reacionário. Pelo contrário, o homem é falível, portanto, as suas instituições igualmente. Sendo assim, há momentos em que é necessário melhorar o que vinha funcionando, sem que se perca os seus valores, ao contrário, melhorar para fortificá-los. Essa é  a essência do conservadorismo. 

Conservadorismo é a negação da ideologia“, testifica Kirk. Com efeito, o conservador vê o mundo como um prisma da realidade. Ele acredita que as coisas são como elas são e somente o tempo e a experiência determinam a sua progressão ou permanência. Com os pés no chão e a cabeça na realidade que o cerca, o conservador não faz proselitismo, pelo contrário procura entender que o mundo de iguais é impossível e tenta viver em uma comunhão de amor, paz e prosperidade de maneira que todos de acordo as suas condições encontre a felicidade. O conservador não acredita em paraíso na terra. Pelo contrário, ele sabe que a vida é  difícil e que ela é formada por vencedores e perdedores, assim como também acredita que os mais fracos têm direitos e deveres tantos quantos os mais fortes e, cabe a estes últimos auxiliar aqueles nos seus objetivos. O conservador não tem ideologias, ele tem Deus e com Ele se prepara para a vida prática, sem utopias e devaneios. Isto porque para o conservador todos os demais valores antes passam pelo Olhos de Deus pois, segundo Kirk “sabemos e sentimos internamente que a religião é a base da sociedade civilizada, e a fonte de todo bem e todo conforto”. O conservador sabe que Deus é a luz da sabedoria que ilumina os homens de bons corações. Fé  é fundamental para os conservadores. Ela é o instrumento pelo qual os homens defendem a liberdade e a família. Os homens e mulheres, guiados por Deus, devem nutrir o amor pela comunidade onde próspera e é feliz. Eles e elas também sabem que o núcleo da comunidade é a família que reunidas formam as comunidades nacionais. Kirk assevera que “a pessoa aprende a amar com a família, e o amor se esvai quando a vida em família é comprometida“. É  por isso que o conservador tanto valoriza a família. Ele sabe que ela é a base para a formação do indivíduo e o nascimento do sentimento de pertencimento e amor ao próximo, aprendendo a amar e a respeitar o outro, qualquer que seja ele.

   Há uma ideia errada alimentada pela esquerda radical de que o conservador é egoísta e individualista. Ledo engano. Nada mais longe da verdade. Contra esta ideia errônea Kirk refuta com o seguinte asserção: “O conservador, porém, é um individualista no sentido de acreditar na primazia do indivíduo, no direito que a pessoa humana tem de ser ela mesma” portanto, sustenta Kirk “o conservador é igualmente contra o “individualismo” como ideologia política radical, e contrário aos sistemas políticos que tornam o indivíduo um mero servo do Estado“. O conservador é até certo ponto pragmático e com certeza não utopista. Ele sabe que a vida é  uma constante luta de sobrevivência. Sendo assim não há vida “cor de rosa”. Às vezes o mundo é cruel e de maneira prática há pouco que o indivíduo pode fazer para diminuir o sofrimento alheio numa boa parte dos casos. Melhor seria se nós, seres humanos formados em Deus, pudéssemos acabar com o sofrimento. Mas Deus é soberanamente justo e bom e dá a cada um o cobertor adequado ao frio, cabe a nós fornecer o travesseiro. Não… o conservador não é egoísta. Pelo contrário, ele sabe que para ajudar o próximo é preciso ter condição de ele próprio fazê-lo e não militar para que outro faça todo o esforço e sacrifício. Ser Conservador é proteger a família, saber conviver com as diferenças, fazer as trocas voluntárias apoiadas em direitos e deveres, respeitar a ordem e a disciplina. Ser conservador é gostar de ser pessoa, filhos e filhas de Deus e na medida da lição do seu santo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, amar o próximo como a si mesmo.

Frases de Russell Kirk para reflexão

Consciência 

A consciência é de domínio particular: não existe “consciência pública” ou um “Estado de consciência”.

A sociedade será boa, acredita o conservador, quando tiver homens e mulheres governados pela consciência, por um forte senso moral de certo e errado, pelas convicções inatas de honra e justiça, seja qual for seu maquinário político;

Por “consciência social” o radical deixa implícita a crença de que o indivíduo deve se sentir culpado por ser de alguma forma superior— e mais, que de alguma forma uma justiça abstrata dita à humanidade o direito e o dever de manter todos num só patamar imóvel de igualdade.

A consciência é simplesmente consciência. Ela não é “social” ou “antissocial”. Ela é o senso de certo e de justiça que ensina o ser humano como pessoa moral a conviver com outras pessoas morais.

Não pode haver uma nação em que a moralidade particular seja má e a moralidade pública, boa.

Educação 

A educação formal conserva o melhor do que foi ensinado e escrito e descoberto no passado, e por meio de uma disciplina regular nos ensina a nos guiarmos pela luz da sabedoria de nossos antepassados.

Certa vez, Alfred North Whitehead observou que o antigo filósofo ansiava por ensinar sabedoria, enquanto o professor moderno deseja ensinar unicamente fatos.

Assim, o conservador acredita que precisamos falar menos sobre “dinâmicas de grupo” e “reconstrução social” em nossas escolas, e fazer mais para restaurar as velhas e indispensáveis disciplinas como leitura, escrita, matemática, ciências, literatura imaginativa e história.

A República não sobreviverá com cidadãos incapazes de apreender ideias gerais, ou mesmo indispostos à leitura e à escrita.

Na opinião do radical, a escola existe para trabalhar em prol da “sociedade”, e não primariamente em favor do indivíduo.

Poder

Politicamente falando, o poder é a habilidade de fazer aquilo que deseja, independentemente da vontade das pessoas ao seu redor e do seu próximo.

A sociedade entra em anarquia quando cada indivíduo reivindica ser o poder para si mesmo.

Propriedade e família e liberdade e indivíduos 

homens e mulheres têm três direitos fundamentais: o direito à vida, o direito à liberdade e o direito à propriedade privada.

Mas se não existisse propriedade privada, não seríamos todos ricos: ao invés disso, seríamos todos pobres.

Propriedade privada é, em alguma medida, um fim em si mesma, mas também um meio para a cultura e para a liberdade.

Na visão cristã, a propriedade é outorgada a indivíduos para que possam servir a Deus e o próximo dispondo a propriedade para bom uso.

Há, contudo, supostas “liberdades” que o conservador inteligente já conhece e considera anárquicas e malévolas. Ele não reconhece nenhuma liberdade natural na tomada de bens alheios, ou na subversão da lei e da ordem, ou na destruição dos princípios morais que fundamentam a essência da verdadeira liberdade.

O conservador, porém, é um individualista no sentido de acreditar na primazia do indivíduo, no direito que a pessoa humana tem de ser ela mesma.

O conservador sempre pensa primeiro no ser humano individual. O que é ruim para indivíduos é ruim para a sociedade.

O coletivismo não requer fortes personalidades e um alto nível de cultura particular, mas conformidade inquestionável aos dogmas seculares do coletivismo.

O conservador é igualmente contra o “individualismo” como ideologia política radical, e contrário aos sistemas políticos que tornam o indivíduo um mero servo do Estado.

Então, repito, quando a escolha a ser feita se mostra clara, é sábio preferir a Permanência à Progressão

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DO PARTIDO DAS SOMBRAS AO GOVERNO CLANDESTINO

    Em 30 de outubro de 2008, o então candidato à presidência dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama, proferiu a emblemática frase: “Nós estamos a cinco dias de transformar fundamentalmente os Estados Unidos”. Obama promete assim fazer dos Estados Unidos uma nova nação e construir um novo sonho americano. Por trás dessas proféticas palavras havia um plano sórdido comandado pelo mais poderoso e influente personagens da história americana: O megainvestidor, filantrópico sei lá mais o quê, George Soro. Esta emblemática personalidade é o centro do livro Do Partido das Sombras ao governo Clandestino, obra que revela o que está por trás da elite global.

    Neste contexto, David Horowitz, um conservador que outrora foi um dos pensadores da Nova Esquerda, com o articulista John Perazzo, faz uma grave denúncia no livro “Do Partido das Sombras ao governo Clandestino” e mostra como George Soro movimenta milhões de dólares, angariados da sua fundação e de muitos esquerdistas ricos, para implantar o plano de poder. O livro revela as estratégias de Soro para dominar o Partido Democrata e construir políticos de esquerda, como o ex-presidente Barack Obama, sob os quais tem toda influência. Este é um caso peculiar nas articulações políticas de Soro. Ele foi o guru de Obama e foi também quem construiu os meios para que Obama disputasse e ganhasse as eleições para presidente dos Estados Unidos em 2008. Barack Obama é todo moldado na concepção de mundo de George Soro, revelam os autores do livro. Poucas pessoas sabem que o megainvestidor George Soro esteve por trás da vertiginosa vitória de Obama na eleição presidencial em 2008

   Com efeito, agindo nas sombras, Soro é a pessoa que está por trás dos financiamentos das maiorias dos movimentos sociais, capitalizando ONGS com o intuito de mudar a maneira como o mundo vê os EUA e por que não, o próprio mundo. George Soro jamais teve a menor consideração pelo país que o acolheu e onde ele fez fortuna. Pelo contrário, os autores revelam que Soro desde o momento que passou a fazer parte da elite esquerdista americana ele não tem feito outra coisa a não ser culpar EUA de todas as mazelas do mundo. Entre outros exemplos de demonstração do ódio que ele nutre pelos Estados Unidos tem na sua pauta de submissão total dos Estados Unidos ao ocidente coisa do tipo: exigir que os EUA peçam desculpas aos grupos radicais islâmicos, invista milhões de dólares a favor da busca de soluções para os problemas ambientais, que se oponha a Israel, afinal Soro é um descendente de judeu mas que detesta judeus. 

     A ingratidão de Soro se faz notar quando ele assume os EUA como a sua segunda nação e utilizando do modo de vida americano faz muito dinheiro e se vale deste se colocando contra todos os ideias do pais fundadores: de fazer os EUA uma das nações mais forte do mundo e ser o meio pelo qual o mundo pode se inspirar. Do mesmo modo Soro cospe no prato que o alimentou quando em atitude contra os judeus defende grupos radicais islâmicos culpando sempre Israel e EUA pelo terrorismo. Tudo isso, partindo de um judeu que ressentido encontra um meio de se vingar sabe-se lá de quem. Em paralelo, Soro segue com o seu plano de criar um governo mundial onde o poder fique concentrado nas mãos de um grupo privilegiado que através de grandes organismos mundiais como  ONU, OMS possa implementar o seu plano de poder e dominação. 

   Nas sombras, Soro com a sua fundação e dezenas de ricos que simpatizam com suas ideias, redesenha a mentalidade americana e do mundo e monta estratégia para a implantação do governo único. Enquanto muitos que ouvem falar sobre o partido das sombras acham que não passa de mais um delírio da direita, ou seja, mais uma teoria da conspiração, Soro segue com o seu diabólico plano para dominar o mundo. E não se engane os incautos com a sua idade avançada, hoje com 92 anos, ele está fazendo sucessores. Obama é um deles.

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JUSTIÇA

     O que é fazer a coisa certa? Depende, dirão alguns. Outros defendem que há valores morais sob os quais as coisas devem ser feitas e, portanto, existe a coisa certa e a errada. Por outro lado há os que acreditam que diante da diversidade culturais tão intensas existentes entre povos e muitas vezes até mesmo num único povo é difícil afirmar com precisão o que é certo e o que é errado. Se fazer a coisa certa , como se defendem, é uma questão de justiça, como então aplicar o sentido do que é justo se não há a medida do certo e do errado?  Neste sentido, em seu livro Justiça, o que é fazer a coisa certa, o filósofo Michael J. Sandel, analisa a justiça à luz do utilitarismo, das ideologias libertárias e das ideias de Kant, Rawls e Aristóteles.

Princípios da máxima felicidade / Utilitarismo

     Não resta dúvidas que o que todos buscamos na vida é a felicidade. Para a maioria, a felicidade individual precede a coletiva, porém o indivíduo não é feliz sozinho, uma vez que esta felicidade depende do relacionamento entre as pessoas. O indivíduo só consegue ser feliz se viver em comunidade. Mas, viver em sociedades sujeita o indivíduo a regras que o colocam em constante conflito dos interesses com os dos outros. Daí surge a reivindicação por justiça.  Mas como ser feliz numa sociedade injusta? Por exemplo, os negros foram escravizado por mais de 300 anos e quando abolida a escravidão foram deixado à própria sorte. Vivendo à margem da sociedade preconceituosa passou muito tempo sem direito algum. Por causa disso, muitos acham que a sociedade deve reparar, de alguma maneira, o mal causados aos negros por séculos de escravidão.

     Alguns não se contentam apenas com pedidos de desculpas, querem bem mais que simples pedidos de desculpas e reconhecimento de erros. Essas vozes, nem sempre representantes legítimas das minorias pelas quais gritam, insurgem-se e exigem “ações afirmativas” buscando o que chamam de equidade. O regime de cota para negros entrarem em universidades públicas é um exemplo clássicos. Os defensores de cotas para as minorias subjugadas argumentam que considerando que nunca foram dadas para os negros as condições adequadas de estudo, então por uma questão de justiça social, o negro deve entrar para a universidade com critérios que compensem a sua deficiência escolar causada pelas péssimas condições fé desigualdade que a própria sociedade deveria evitar. 

     Ainda que este argumenta pareça justo, é correto que a geração  de jovens que não é responsável pela escravidão, pois pertence a outra época, e nunca tomou parte disso, arque com os erros do passado? Não parece ser justo que um aluno branco com mais de 80% de acertos em exames admissionais às universidades públicas não seja aprovado, ao passo que, no mesmo exame, um aluno negro seja aprovado com 50% ou a prova seja mais fácil porque entrou pelo regime de cota.  Muitos argumentam que não vê justiça nisso, pois pune um lado em detrimento do outro. Se devemos buscar o máximo de felicidade, uma parte do dilema apresentado parece deixar a outra parte muito feliz. Para Sandel esta é uma questão que não pode prescindir da filosofia política e do relativismo moral, uma vez que justiça e moral são questões filosóficas tanto quanto políticas. Neste sentido, Sandel analisa a ideia da obtenção da máxima felicidade à luz do utilitarismo de Jeremy Bentham e John Stuart Mill. 

     A principal característica dos pressupostos utilitarista é que em termos morais o bem da coletividade é superior ao do indivíduo e que, portanto, a ação moral deve buscar alcançar o maior número de pessoas, levando a elas o máximo de felicidade possível. De fato, Sandel explica que “a vulnerabilidade mais flagrante do utilitarismo, muitos argumentam, é que ele não consegue respeitar os direitos individuais. Ao considerar apenas a soma das satisfações, pode ser muito cruel com o indivíduo isolado. Para o utilitarista, os indivíduos têm importância, mas apenas enquanto as preferências de cada um forem consideradas em conjunto com as de todos os demais“. Se aplicarmos este raciocínio ao regime de cotas talvez haja nisso uma grande injustiça pois a maioria que de fato mereceria a reparação já não se encontra entre os vivos. Porém, argumenta Sandel, esses são os princípios da filosofia de Bentham e que, ao não pensar no indivíduo, ele não leva em consideração a dignidade  humana e faz a seguinte observação, “já tecemos considerações sobre duas objeções ao princípio da maior felicidade de Bentham: ele não atribui o devido valor à dignidade humana e aos direitos individuais e reduz equivocadamente tudo que tem importância moral a uma única escala de prazer e dor.

     Pensando ainda na questão das cotas e aplicando a esta os princípios de Mills sobre a liberdade individual pode-se argumentar que um problema causado no passado não deveria ser utilizado como justificativa para o regime de cotas trazendo prejuízo para o aluno não cotista pois ele teria neste caso a sua liberdade de entrar na faculdade cerceada, uma vez que apto a adentrar vê-se impedido. Sandel explica que “ao basear os direitos individuais em considerações utilitaristas, deixamos de considerar a ideia segundo a qual a violação dos direitos de alguém inflige um mal ao indivíduo, qualquer que seja seu efeito no bem-estar geral“. 

     Como a filosofia de Mills responderia à questão das cotas, por exemplo? Não parece haver uma resposta satisfatória. Sandel parece corroborar com esta ideia ao afirmar “o que acontece com os direitos individuais acontece também com os prazeres mais elevados: Mill salva o utilitarismo da acusação de que ele reduz tudo a um cálculo primitivo de prazer e dor, mas o consegue apenas invocando um ideal moral da dignidade e da personalidade humana independente da própria utilidade“. Portanto, a questão cotista assim como a descriminalização do aborto que têm uma forte componente moral geram debates intensos na sociedade porque há sempre interesses em jogo. No caso do aborto isso é mais gritante porque há um terceiro e que é vitima que não tem voz.

Somos donos de nós mesmos / a ideologia libertária.

     Um dos aspectos da justiça é a ideia da liberdade. Onde não há liberdade não há justiça. Esse pensamento leva-nos a entender que a liberdade é o princípio fundamental para a justiça. Sandel analisa o que é fazer a coisa certa para os tipos libertários. Se na visão utilitarista devemos buscar o máximo de coisas boas para o maior número de pessoas, para o pensamento libertário o que conta é a liberdade individual. O indivíduo é livre para buscar a própria liberdade e deve por conseguinte ter como objetivo a felicidade máxima, mas individual. Esta é  uma visão com aparente egoísmo que Sandel expõe sobre como o libertário vê a justiça e pensa o que é fazer a coisa certa, assim como o utilitarismo a visão libertária, como assente Sandel, contém duas contradições e não parece em nada contribuir para resolver os dilemas da vida em sociedade. Vejamos o caso da descriminalização do aborto. 

     Há os que defendem que o corpo pertence a mulher e por isso ela tem direito a fazer dele o que bem entender. Esta é  uma visão libertária. A defesa incondicional da liberdade proposta pelos libertários joga no indivíduo o peso da responsabilidade pelo seus atos porém entende que sendo ele livre, poderá fazer o que bem entender, o que reforça a opinião dos pró-abortistas. Entretanto, essa não é a visão do que são contra o aborto. Do ponto de vista da moralidade, alegam, o aborto não só é  uma agressão ao feto, mas principalmente a dignidade humana, vez que o feto ao ser abortado é uma vida em todas aa suas características.

     Neste contexto, Sandel faz duas observações interessantes. Na primeira ele aduz que “a ideia de um indivíduo ser dono de si mesmo é interessante, em especial para aqueles que procuram um fundamento forte para os direitos individuais. A ideia de que pertenço a mim mesmo, e não ao Estado ou à comunidade política, é uma forma de explicar por que é errado que eu sacrifique meus direitos em favor do bem-estar alheio” e continua Sandel… “o conceito de que somos donos de nós mesmos aparece em muitas discussões sobre a liberdade de escolha. Se sou dono do meu corpo, da minha vida e da minha pessoa, devo ser livre para fazer o que quiser com eles (desde que não prejudique os outros)“. 

     Apesar de atraente, esse conceito tem algumas implicações que não são fáceis de aceitar, observa Sandel. Se nossas mães resolvessem nos abortar, quantos de nós estaríamos ausentes deste debate? De fato não é uma questão simples, que vai muito além das questões morais. Se as mães dos abortistas os abortassem eles não existiriam para se colocarem contra o aborto. Por isso, ao não considerar justiça e direito em seus pressupostos os libertários abre precedentes para que não só o aborto, como também o suicídio assistido sejam praticados sem restrições desde que seus autores consintam. Na visão libertária o indivíduo é senhor de si mesmo. Como tal fará de si o que quiser e arcará com todas as implicações que decorram desta asserção, esclarece Sandel.

Conclusão 

      Em suma, em Justiça, Sandel nos convida à reflexão sobre as nossas decisões e escolhas. As alternativas são sempre muitas. Mas a rota escolhida quase sempre pode nos levar para a injustiça, confrontando a frágil linha que separa os direitos e os deveres de se viver em sociedade. Fatalmente sucumbimos aos nossos interesses egoístas e às escolhas, que são sempre feitas na proporção de maior benefício possível para si, buscando sempre justificativas porque merecemos um bem e o outro não, porque estamos certos e o outro errado, caminhos férteis para a injustiça. 

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O GUIA BIBLIOGRÁFICO DA NOVA DIREITA

     Ao meu ver,  estava faltando no Brasil uma obra que fosse um marco completo como referência bibliográfica do pensamento de direita cujo conteúdo,  de maneira objetiva, estivesse ao alcance de todos. Deveras, esta lacuna, ao que me parece,  está devidamente preenchida pelo notável trabalho do jovem Lucas Berlanza Corrêa, presidente do Instituto Liberal. Lucas é autor de outros livros que cobrem temas do liberalismo clássico e em 2017, no momento de ebulição da nova direita, ele escreveu O Guia Bibliográfico da Nova Direita, 39 livros para compreender o fenômeno brasileiro, uma enciclopédia de insignes pensadores do conservadorismo, ao qual faremos breves considerações.

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A ÉTICA DA LIBERDADE

Em sua obra A Ética da Liberdade, Murray N. Rothbard, expõe mais que conceitos sobre liberdade econômica. Nesta obra, ele desenvolve um sistema de pensamentos filosóficos e políticos que mostram como a liberdade é fator essencial para a verdadeira felicidade do indivíduo. Do mesmo modo, ele constrói argumentos que derrubam as doutrinas socialistas coletivistas, bem como a ação feroz do Estado sobre a propriedade individual. No âmbito econômico ou fora dele, Murray Rothbard, demonstra que as suas ideias são mais radicais que as de Mises, levando os princípios da liberdade econômica muito além das ideias da Escola Austríaca.

Na primeira parte, Rothbard procura refutar ideias das correntes keynesianas, entre outras escolas econômicas, de que teorias racionalistas e fórmulas matemáticas são suficientes para compreender o mecanismo de troca voluntária entre as pessoas e a sua relação com a vida de cada um em um sistema econômico dinâmico. Rothbard, recusa esta tese e defende que a razão não é capaz de responder às peculiaridades da natureza humana numa relação social de indivíduos com necessidades específicas, desejos e sonhos. Assim como Mises, Rothbard acreditava que o indivíduo é  motivado por complexos mecanismos de necessidades físicas e psicológicas e que qualquer teoria para prever o comportamento deste fracassaria.

Na primeira parte desta obra, que versa sobre a Lei Natural, Murray Rothbard procura explicar como surgem os fatos que impulsionam o homem a decidir sobre uma escala de valores. Murray Rothbard se contrapõe à noção de que a natureza do homem não está aberta à investigação racional.  Murray Rothbard argumenta que a lei natural seria para o homem uma espécie de “ciência da felicidade”.

Para Rothbard “o grande defeito da teoria da lei natural é ter sido profundamente estatista em lugar de individualista”. Para Rothbard este é um erro que vem desde Platão e Aristóteles, cenário que segundo autor, ganha nova configuração a partir das análises de John Locke que teria transformado a lei natural clássica em “uma teoria baseada no individualismo metodológico e por isso, político”. Ele assevera que “a partir da ênfase de Locke no indivíduo como agente de ação, como a entidade que pensa, sente, escolhe e age, originou-se sua concepção de lei natural da política que estabelece os direitos naturais de cada indivíduo”. e conclui: “É sobre esta tradição de libertarianismo de direitos naturais que o presente livro tenta se estruturar” e vai além ao afirmar que o Tratado sobre o Governo de Locke “foi certamente uma das primeiras elaborações sistemáticas da teoria de direitos naturais libertária individualista”. Partindo desse pressuposto para Rothbard o maior valor do indivíduo é a liberdade em todos os seus aspectos e sobre este raciocínio, ele tenta elaborar um sistema de ideias que não só descreve o processo ideal de uma economia de livre mercado, mas doutrina que reconheça que a liberdade do indivíduo deve ser considerada com muito mais amplitude.

Na segunda parte, Uma Teoria de Liberdade, Rothbard examina a liberdade de maneira ampla e profunda, analisando diversos segmentos da relação do indivíduo com a sociedade. Aqui ele procura estabelecer um nexo causal entre o desejo do indivíduo ser totalmente livre e a concordância que este desejo encontra com as ideais de uma sociedade libertária propostas por Rothbard. 

Rothbard introduz nesta parte do estudo algumas reflexões sobre a liberdade do indivíduo à luz da teoria da economia clássica conhecida como Economia de Crusoé, inspirada no clássico da literatura mundial Robinson Crusoé (1719) de Daniel Defoe. O modelo Robinson Crusoé foi utilizado pelos economistas clássicos para examinar de maneira simplificada a interpretação da relação entre as necessidades do indivíduo e as variáveis que modificam de forma imprevisível o comportamento desta relação num universo em que só exista um indivíduo. Desta forma, a história de Robinson Crusoé oferece as condições ideais para a construção de modelos matemáticos capazes explicar e prever os diversos fenômenos econômicos.

Embora crítico desse modelo, Rothbard acredita que “a abstração da análise de algumas pessoas interagindo em uma ilha”, aqui ele se refere ao personagem Sexta-feira, “nos permite uma percepção precisa das verdades das relações interpessoais, verdades que permanecem desconhecidas se insistimos em examinar primeiro o mundo contemporâneo todo de uma vez e como se fosse uma coisa só”. Segundo Rothbard, a análise formal da ação humana, ou seja, a praxeologia,  encontra corolário na economia de Crusoé e, portanto, é de grande ajuda para “solucionar alguns problemas da filosofia política como a natureza e o papel da liberdade, da propriedade e da violência”, argumenta Rothbard.

A primeira ideia que vem a cabeça a partir da interpretação da teoria da sociedade libertária proposta por Rothbard é que o indivíduo nesta condição acabaria não tendo liberdade alguma, dado que  decorreria daí uma lei natural derivada da força, ou seja, o mais forte tiraria a liberdade do mais fraco. Rothbard contrapõe esta ideia ao sustentar que “alguns críticos acusaram esta liberdade de ser ilusória porque o homem é limitado pelas leis naturais. Isto, no entanto, é uma distorção –  um dos muitos exemplos da persistente confusão moderna entre liberdade e poder”. Mas, o poder vem da ausência de lei que limite o poder do mais forte. Neste sentido, não há uma liberdade total, mas regulada pelo direito do mais fraco. Entretanto, pode haver liberdade total do indivíduo onde há lei? Se não houver lei, teria o indivíduo liberdade total sobre todos os seus atos? Estamos falando de uma liberdade ampla e pelo visto é esta a ideia proposta por Rothbard. Uma sociedade em que o indivíduo tem a total liberdade. Porém como evitar que a liberdade de um seja a prisão de outro. Rothbard sugere que a liberdade não tem relação com o poder quando escreveu nesta obra: “Resumindo, seu poder é necessariamente limitado pelas leis naturais, mas não sua liberdade de vontade, seu livre arbítrio”.

     Como um autêntico libertário Rothbard acredita na liberdade total do indivíduo em todos os espaços públicos. Esse indivíduo livre, sem barreiras que o impeça de agir de acordo a sua vontade e a sua necessidade, deve em algum momento conflitar com os direitos dos outros. Mas Rothbard não parece se preocupar muito com isso. Pelo contrário, ele acredita numa espécie de ordem natural em que o indivíduo se imporá limites pelo bem da própria sobrevivência em grupo.  Mas uma vez, isso me parece um pouco distante da realidade.  É da natureza humana ocupar o maior espaço possível. Isto significa que o seu arbítrio será a bússola do seu comportamento cuja agulha sempre apontará para a direção que lhe pareça favorável. No meu entendimento, Rothbard acerta quando defende o mínimo de intromissão do estado na vida do indivíduo (na verdade Rothbard acreditava que o Estado era uma abstração desnecessária),  por exemplo, mas creio que erra ao defender a liberdade absoluta. Até que ponto o indivíduo deve ser totalmente livre isso é questionável.

Essa obra pequena e fantástica é leitura obrigatória para os espíritos livres e embora haja pontos controversos em sua obra, vale a pena estudá-la. Eis algumas ideias sensacionais extraídas do livro A Ética da Liberdade.

 

Se o livre arbítrio de um homem em adotar ideias e valores é inalienável, a mesma condição afortunada não é compartilhada por sua liberdade de ação – sua liberdade de colocar estas ideias em prática no mundo.

 

A economia revelou uma grande verdade sobre a Lei natural da interação humana: que não só a produção é essencial à prosperidade e a sobrevivência do homem como também a troca o é.

 

Este ganho para os dois homens só é possível devido a dois fatos primordiais da natureza – leis naturais – nos quais toda a teoria Econômica é baseada: (a) a grande variedade de habilidade e de interesses peculiares a cada pessoa; e (b) a variedade de recursos naturais na diferentes áreas geográficas. Se todas as pessoas fossem igualmente habilidosas e igualmente interessadas em todos os assuntos e, se todas as áreas do planeta fossem homogêneas, não haveria espaço para as trocas.

 

Esta revelação das vantagens da troca, descoberta por David Ricardo, em sua Lei da Vantagem Comparativa, significa que, em um livre mercado de trocas voluntárias, o “forte” não devora ou esmaga o “fraco”, ao contrário que diz a suposição comum sobre a natureza da economia de livre mercado. Muito pelo contrário, é precisamente no livre mercado que o “fraco” tira proveito das vantagens da produtividade porque é benéfico para o “forte” trocar com eles.

 

O regime de liberdade genuína – a sociedade libertária – pode ser descrito como uma sociedade onde nenhum título de propriedade é distribuída, onde, em resumo, nenhuma propriedade do homem sobre sua pessoa sobre bens tangíveis é molestada, violada ou prejudicada por qualquer outro homem. Mas isso significa que a liberdade absoluta, no sentido social, pode ser disputada não apenas por um Crusoé isolado, mas todo homem em qualquer sociedade, não importa quão complexa ou desenvolvida.

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OS DONOS DO MUNDO

   As impressionantes revelações feitas pela escritora portuguesa Cristina Jiménez em seu livro Os Donos do Mundo revelam que nos últimos dois séculos famílias poderosas associadas a sociedades secretas vêm dominando o mundo. A autora mostra que sociedades secretas como Távola Redonda, CFR, Trilateral e outras inspiradas em sociedades mais antigas como a maçonaria e os illuminatis têm trabalhado em segredo para a construção de uma Nova Ordem Mundial. Sendo, atualmente, o Clube Bilderberg o mais influente e poderosa entre as sociedades secretas.

     Agindo em comum acordo com as sociedades secretas, poderosas e seculares famílias como os Rothschild e os Rockefeller dão a direção para a implantação da Nova Ordem Mundial. Ambas, discretíssimas, agem além dos bastidores determinando o destino do mundo. Segundo a autora, o Clube Bilderberg surgiu como uma iniciativa do príncipe Bernardo da Holanda, “um homem charmoso tanto quanto desonesto e amante das sociedades secretas”, observa a autora. Jiménez, face às evidências levantadas pelos seus estudos e pesquisas, acredita que o verdadeiro fundador do Clube Bilderberg foi David Rockefeller.

    Ao que parece, a atuação de David Rockefeller, assim como a misteriosa família Rothschild, influenciaram, através de órgãos mundiais como a ONU, todas as decisões políticas e econômicas que causaram grandes crises econômicas como a quebra da bolsa de 1929. De fato, Jiménez assevera que essas famílias controlaram o dinheiro do mundo nos últimos 200 anos. Sendo assim, estavam (e continuam) em suas mãos o controle mundial da economia, decidindo quando, onde e como ocorrerá a próxima crise. Muito dinheiro traz consigo muito poder, por sua vez o poder é a capacidade de influenciar governos e direcionar as decisões  que vão transformar o mundo, portanto um poder político.

    Em Os Donos do Mundo Jiménez expõe a face sombria dessas famílias e seus planos de poder ao afirmar que elas ganham muito dinheiro financiando conflitos mundiais, como por exemplo as duas grandes guerras mundiais. É muito difícil compreender como a vida humana vale tão pouco diante da ambição de certas pessoas. Imaginar que os milhões de jovens que morreram nas duas guerras mundiais perderam as suas vidas em guerras financiadas por quem tinha a obrigação de evitá-la é simplesmente lamentável, isto é de uma crueldade acima de qualquer imaginação. 

  O Clube Bilderberg é uma instituição secreta em que se reúnem periodicamente burocratas, bilionários, funcionários públicos do alto escalão, políticos e intelectuais para deliberarem e decidirem sobre os problemas do mundo. Quem for convidado para participar passa por uma espécie de ritual de iniciação. O sigilo e o consenso são os elementos mais importantes entre os membros do Bilderberg. As decisões tomadas nessas reuniões não chegarão aos ouvidos do público, mas se farão presente em algum momento através dos órgãos mundiais e certamente mudarão as nossas vidas. Quando reunidos,  os seus membros, os donos do mundo mais importantes designam, por exemplo, presidentes de nações poderosas como EUA; decidem quem deve ou não receber ajuda financeira; combinam onde e quando vão ocorrer as guerras e quais os objetivos a serem alcançados com os conflitos; estabelecem diretrizes sobre qual governo sobe e qual cai. Em suma, criam heróis e vilões e quais temas têm relevância para a paz e para a guerra. Seus membros são pessoas altamente influentes. Segundo Jiménez, atualmente o Bilderberg possui cerca de 120 membros. Entre estes se encontram personalidades atuais importantes como Barack Obama, Hillary Clinton, Bill Gates, Henry Kissinger, assim como já foram membros John Kennedy e tantos outros, sustenta Jiménez.   

    Os Bilderberg se envolvem em tudo. Desde patrocínio das ditaduras através de pessoas chaves colocadas na direção de países e órgãos mundiais, até o financiamento de experimentos em laboratórios de engenharia sociais como em fundações tipo Tavistock que de certa forma estão por trás de muitos problemas de saúde que assolam o mundo como as pandemias. Isso porque, assim como fomentar guerras entre países e guerras civis e com isso  produzir doenças com milhões de vitimas, essas organizações movimentam bilhões de dólares através da  atuação das grandes indústrias farmacêuticas.

Os Bilderberg não possuem uma ideologia para chamar de sua mas, tem uma capacidade enorme para criar dissensões ideológicas. Com esses recursos os Bilderberg dão a nota para as sucessivas catástrofes mundiais porque é assim que eles alimentam o poder com um só objetivo. A cada desastre econômico e social, a elite global fica mais rica e mais poderosa rumo ao governo único. Os meios sempre justificam os fins na concepção dessa gente.

    Para alcançar a Nova Ordem Mundial a elite do poder implanta o imperativo do silêncio e a cultura do terror, observa Jiménez. Os Bilderberg são inimigos da democracia e veem a guerra como legítimo instrumento de dominação. Eles estão do lado apenas daqueles que obedecem radicalmente aos seus mandamentos. Quem se opõe, a exemplo da ex-chanceler Margaret Thatcher, terá a sua reputação jogada na lata do lixo de noite para o dia. Embora a dama de ferro tenha resistido a toda investida contra ela e escrito o seu nome nos anais da história como uma grande estadista conservadora,  a maioria que se defronta com a elite do poder vai para o lixo literalmente. Os donos do mundo não estão para brincadeira.

     Quanto ao povo, este segue sem nada desconfiar. A população mundial é inimiga dos objetivos da elite mundial. Porém as massas não sabem que a elite odeia o “povo” e ver nesse apenas um instrumento para alcançar os seus fins. A elite global entende que somente um governo mundial com uma religião secular, cujo deus é o próprio homem e o seu altar o estado, representa o verdadeiro destino do homem para a sua glória. Neste contexto, o “povão” é  um obstáculo  que por horas tem lá sua utilidade. Eliminar esse obstáculo é só uma questão de tempo e estratégia. No universo do novo homem não há lugar para as massas. Para isso uma das metas da agenda globalista dos Bilderberg Távola Redonda, CFR, Trilateral é o controle populacional, mesmo que para isso seja necessário o extermínio de milhões de pessoas através de guerra mundial, pandemia ou catástrofes ambientais inventadas. Essa gente não brinca em serviço. Eles têm um objetivo  e será realizado custe o que custar.

 

Conclusão

     G. K. Chesterton certa vez fizera-se a seguinte pergunta: “o que há de errado com o mundo?”, questão que do alto dos seus dois metros tirava-lhe a paz e que o levou a escrever um ensaio com esta questão como fundo. Nas suas mais profundas indagações,  o eminente escritor deve ter chegado à conclusão de que o dinheiro era o problema do mundo, embora isso não esteja explícito na referida obra.

    O dinheiro sim, corruptor de alma, brinquedo dos homens que pensam ser deuses. O dinheiro que não leva à verdadeira felicidade do homem, pois não vem senão acompanhado do desejo de tudo possuir e de tudo transgredir, dinheiro que aflige o homem e que é, ao mesmo tempo, a mola propulsora da humanidade e a desgraça do homem (é mais fácil o camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino do Céus – Mateus, 19:24).

     Pouco importa a ideologia. Dinheiro não tem ideologia. Ele corrompe a alma do homem de esquerda tanto quanto o homem de direita. São poucos os que não se dobram ao seu imperativo. Tão alto quanto o dinheiro na glória e queda do homem é o poder. Sem dinheiro não há poder, pois um é a âncora do outro. Pelo dinheiro revelamos quem somos, através do dinheiro chegamos ao purgatório.

      Qual é o papel do dinheiro e como influenciaria a alma que não mais pertence ao mundo material? Não sabemos. Mas temos a certeza de que enquanto o dinheiro for a alavanca do mundo, e isso está mais evidente que nunca na atualidade,  o homem será escravo de si mesmo. O homem jamais se libertará dos grilhões de quem possuir dinheiro e poder e que precisa exercê-lo sobre alguém. Essa é a reflexão provocativa que a leitura de Os Donos do Mundo nos desperta no leitor atento.

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A VERDADE SOBRE A PANDEMIA

O que há por trás da Pandemia do Coronavírus

A politização do Covid-19 se tornou um fato corriqueiro entre os anos de 2020 e 2022 e mostrou que entre nós, humanos, a corrupção e a desinformação continuam sendo instrumentos a serviço do poder. Em meios a tantas contradições da imprensa, das instituições científicas, dos governantes, em uma confusão que beirou o caos global, ninguém sabe de fato o que é verdade e o que é mentira. Tudo é fake. É neste turbilhão de mentiras e meias verdades que a escritora e jornalista espanhola Cristina Martíns Jiménez faz uma impactante revelação em seu livro A Verdade sobre a Pandemia. Ela nos mostra o que há por trás da pandemia do Coronavírus, identificando a sua origem e desdobramentos, comprovando que nas sombras há os interesses políticos  Ela demonstra quem são os culpados e quais são os seus objetivos.

A pandemia causada pela Covid-19 pode ser classificada como a pior catástrofe “natural” do século XXI. Até o presente momento, a Covid-19 já matou mais de seis milhões de pessoas em todo o mundo. Seus efeitos não se fazem sentir somente na saúde mundial e seus sistemas duvidosos. Com efeito, a economia globalizada foi gravemente ferida de “morte” pela pandemia com consequências terríveis como aumento da pobreza, principalmente nos países subdesenvolvidos. Ao se espalhar por todo o mundo, a Covid-19 não fez distinção de classe, prestígios sociais, crenças e ideologias. Pelo contrário, morreram tanto pessoas humildes das periferias como personalidades importantes dos mais diversos meios sociais. Na tentativa desesperada para conter o avanço da Covid-19, bilhões de dólares foram gastos, e continuam sendo gastos, em pesquisas para o desenvolvimento de vacinas e aparelhamento hospitalar para conter o avanço do vírus que desafia a ciência. 

O que a Covid-19 revelou sobre a natureza humana é assustador. A ganância se fez presente valorizando a possibilidade do enriquecimento de políticos e empresários desonestos e inescrupulosos. Nos momentos mais críticos da pandemia, em todo o mundo, chuvas de fake news deixaram a população desinformada e atordoada, levando as nações ao caos social. Em meio a tanto desespero e falta de informação confiáveis, foram adotadas medidas esdrúxulas sem profundas bases científicas devidamente testadas. Viu-se coisas como lockdown obrigatório, uso indiscriminado de máscara, coquetéis de remédios de efeitos duvidosos, fazendo das pessoas em meio a tanto sofrimento de verdadeiros laboratórios, vivos. Surgiram “negacionistas” de um lado e “falsos cientistas” de outro, criando a desordem e a polarização de “eles e nós” com a grande imprensa por trás, mais prejudicando que fazendo o seu verdadeiro papel isento de posições ideológicas. 

Os Donos do Mundo

Em seu livro, Cristina Jiménez levanta uma série de questionamentos tipo: a quem interessa uma pandemia? Quais são os objetivos da elite do poder por trás da pandemia? Quem são os que se encontram na cadeia de comando? Quem lucra com a morte de milhões de pessoas? Todas essas questões são trazidas à luz pelas investigações desta que também é autora de um outro best-seller: Os donos do Mundo.

Cristina Jiménez demonstra em A Verdade sobre a Pandemia que por trás da pandemia há uma rede global de interesses que envolvem a participação ativa de bilionários das big tech e suas pomposas doações; ela apresenta um elenco de fundações poderosas dispostas a patrocinar pesquisas para “melhorar a vida de todos nós”, assim como descreve de que maneira famílias e pessoas poderosas ingressam em clubes herméticos para decidir o futuro da humanidade. Ela explica como grandes organismos mundiais viabilizam muitos milhões de dólares para que sejam destinados aos projetos de controles sociais por todo o mundo. Do mesmo modo,  Cristina Jiménez desconfia que a origem do vírus da Covid-19 está muito além de Wuhan (China) e que pode até ter nascido lá mais o seu desdobramento vai muito além do que nos chega pela imprensa.

Há uma cadeia de empresas e instituições científicas como Pfizer e outros líderes mundiais da indústria farmacêutica que subordinam-se ao controle de organismos como OMS, ONU e OCDE, que por sua vez obedecem aos ditames de organizações como a  Fundação Bill e Melinda Gates que recebem dinheiro e tecnologia das Big Tech como Amazon, Microsoft, Facebook, Google entre outras com o objetivo convergente para  um projeto muito maior: a implantação de uma nova ordem mundial.

Cristina Jiménez expõe as proféticas declarações do próprio Bill Gates sobre possíveis outras pandemias que causariam grandes prejuízos econômicos e milhões de mortes por todo o mundo, o que para ela, tal comentário feito por quem o fez levanta uma série de preocupação, uma vez que ela mostra que Bill Gates tinha observado sobre a possibilidade do surgimento de uma pandemia em 2020, portanto atitude muito suspeita. Atrela a esse fato, entre outras correlações que ela faz, os projetos de controle populacional que fazem agenda de quem frequenta o Clube Bilderberg: uma instituição hermética de pessoas seletas com muito dinheiro e influência, onde são discutidos grandes temas que decidirão o futuro da humanidade; Neste clube, o futuro da humanidade é definido à revelia dos 99,99% da população mundial.

Se Zuckerberg (dono do Facebook) é o rosto da empresa, no lado oculto desta, integrada na rede midiática global, encontramos o Clube Bilderberg, a CIA, a NSA, fundações como a de Bill e Melinda Gates e membros da elite econômica globalista, bem como as elites financeira, política e acadêmica

Os maiores investimentos dessa gente poderosa são direcionados para pesquisas para não só buscar curas para doenças, acabar com a fome, melhorar a educação mas, também e, principalmente, controlar o crescimento populacional custe o que custar, através de medidas extremas se for caso. Jiménez denuncia que a maior parte dos milhões de dólares anuais que essas instituições e seus bilionários injetam em desenvolvimento de tecnologias e pesquisas vai para laboratórios de engenharia social. Isso não é novo, enfatiza. Não é de agora que há uma preocupação daqueles que se acham os donos do mundo em fazer um intenso controle populacional. Para isso vale tudo: promover militâncias a favor do aborto, incentivar drástica redução da natalidade e investir fortunas em experiências genéticas, das quais decorrem aquelas voltadas para a construção de biorganismos como o vírus da Covid-19. Não há meios mais eficazes que provocar um choque cultural e econômico na população mundial e através dele abrir caminhos para um governo mundial único voltado apenas para os interesses da minoria poderosa que hoje manda no mundo, como esclarece Jiménez.

Para compreender o poder da elite, é necessário analisar sua ideologia. Uma das características históricas que definem a superestrutura de sua governança global é seu insistente projeto de controle populacional.

Para compreender a origem do plano de controle populacional é importante ler atentamente o capítulo Laboratórios de Manipulação Social de A Verdade sobre a Pandemia. Jiménez mostra que o projeto sofreu grande influência do marxismo e tinha por trás um patrocinador de peso: os Rockefeller. Entretanto, diversas organizações e instituições participaram do projeto, como a Escola de Chicago, a Escola de Frankfurt, o Instituto Tavistock e o mais atual, MIT. Todos dedicados aos estudos de controle das massas através de Pesquisa de Comunicação em Massa, que ficaram com a responsabilidade de realizar pesquisas na área social e econômica no pós crise de 1929. A preparação do Relatório Kissinger, elaborado Henry Kissinger, foi de fundamental importância pois trazia em seus textos sugestões para o controle da população. É sabido o quanto filósofos desconstrutivistas como Derrida, Deleuze, Marcuse e Foucault e os cérebros da Escola de Frankfurt deram sua contribuição criando as bases para as Teorias Críticas que discutem as questões de raça e sexualidade e gênero e afins.

Os sociólogos da Escola de Frankfurt defendiam um compromisso social, acreditando que os intelectuais não deveriam trabalhar apenas pela verdade, mas que sua obrigação moral e ética era mudar o mundo por meio da razão e, por consequência, alcançar uma sociedade baseada no racionalismo.

O objetivo é o poder em si

Ideologia à parte, o livro de Jiménez, A Verdade sobre a Pandemia, mostra que a pandemia foi um momento oportuno para poderosas corporações e grandes investidores dispostos a injetar milhões de dólares para criar um ponto de corte na escalada da humanidade em direção à uma Nova Ordem Mundial. Muitos, no calor da pandemia, chamaram esse momento de “o grande reset”, oportunidade de criar profundas mudanças sociais e econômicas em todo o mundo. Para isso, a vida de milhões de pessoas que sucumbiram pela Covid-19 era apenas um detalhe.

Fundações poderosas como a Fundação Bill e Melinda Gates e acionistas como J. P. Morgan entre tantos outros, sob forma de doações e aquisições de ações financiaram laboratórios de pesquisas e desenvolvimento em bioengenharia como: Novavax, Curevac, Moderna, Pfizer Inc, Astrazeneca. Nós, os cobaias, entregamos para eles os nossos corpos para os seus experimentos sociais sob a promessa de supostas busca por melhores condições de vida para todos.

Como a autora revela, o verdadeiro objetivo vai muito além das aparências. A grande imprensa que reúne os maiores jornais do mundo, todos de viés esquerdista, que está associada ao projeto dos donos do mundo, é o canal sob o qual escoa a desinformação. Realmente, as aparências enganam e a imprensa é em todos os aspectos o maior instrumento dessa empreitada. A nós, pobres mortais, resta apenas aceitar atônitos e calados o fim do mundo, afinal já circulam em nossos corpos os vírus do controle social inoculados pela elite global. Eles, os vírus, nos conduzirão feitos zumbis para o Estado Único: global, supremo e onipresente. Não seremos mas massas de manobra, pois não haverá mais o que controlar. Afinal, tudo estará na mais perfeita ordem na Nova Ordem Mundial.

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COMO SER UM CONSERVADOR

Nos últimos cinco anos uma “onda conservadora” brotou em solo pátrio. Não há dúvidas de que alguns personagens foram responsáveis, com destaque para Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil, e para o professor e filósofo Olavo de Carvalho, falecido em 2021. Sob o lema “Brasil acima de todos e Deus acima de tudo” o presidente Bolsonaro foi um dos mais notórios a surfar na crista desta inusitada onda aqui no Brasil. Pátria, família e valores cristãos deram o tom para a melodia conservadora que se instalou em nosso território nacional do Oiapoque ao Chuí. É verdade que a “febre conservadora” não só se instalou por aqui, mas vê-se em todo o mundo, conforme evidenciado nas últimas eleições para presidente em vários países, nem sempre significando vitória da ala direita, mas quebrando, sobretudo, a hegemonia da esquerda na disputa presidencial.

O fenômeno causa mais espanto e estupefação, já que a esquerda estava no poder desde 1985. Em 2018 uma parte do povo brasileiro põe um freio na hegemonia das esquerdas com a eleição do então candidato de princípios conservadores Jair Bolsonaro  para a presidência do Brasil. Não há dúvidas que a vitória de Jair Bolsonaro trouxe ânimo e autoridade para um movimento conservador que germinava lentamente no Brasil regado pela insatisfação com o governo petista. Com efeito, esse despertar colocou uma parte da população do lado conservador. Agora uma nova imprensa conservadora, antes impensável, toma voz e forma opiniões; a polarização se faz presente; partidos conservadores surgem a todo vapor. Nunca se debateu tanto sobre “ideias” políticas no Brasil. A política está na boca do povo.

Mas, será que todo esse contingente de conservadores nascido de uma insatisfação e não de uma ideologia são de fato conservadores?  O que sabemos sobre o conservadorismo além da defesa dos valores pátria, família e liberdade? O professor e filósofo Olavo de Carvalho alertava para o fato de no Brasil, apesar do entusiasmo com que muitos se dizem conservadores, estes passam bem longe da filosofia de Edmund Burke, G. K. Chesterton, T. S. Elliot, Michael Oakeshott e tantos outros pensadores que deram imensas contribuições para a construção de uma filosofia conservadora. A julgar pelos discursos propagados pelas mídias televisiva, jornalística e digital, o que se vê não é um movimento conservador sustentado sobre bases filosóficas e ideias políticas. Mas uma onda que como tal se desmancha assim que chega ao seu destino. Sendo assim, falta aos conservadores em nossas terras uma profunda base de conhecimento sobre o que é o conservadorismo. A literatura é, e sempre será, o maior veículo e fonte de conhecimento sobre o conservadorismo.  Neste contexto e que apresentaremos o livro Como Ser um Conservador do filósofo Roger Scruton.

Um dos mais notáveis filósofos do conservadorismo que muito influenciou a atualidade é o inglês Roger Scruton, uma irreparável perda em 2020, que deixa um legado para todos que estudam a filosofia conservadora. Diz-se que ele foi apresentado à literatura política e filosófica no Brasil pelo Olavo de Carvalho. Nenhum pensador fez defesas mais elegantes e profundas ao conservadorismo que Roger Scruton. Dono de uma vasta literatura filosófica e estética, Scruton escreveu diversas obras a respeito. Entre elas, destaque para Como Ser Um Conservador seguida de Conservadorismo e O que é Conservadorismo. São livros que todos aqueles que pretendem compreender o conservadorismo antes de sair por aí  dizendo “sou conservador” e falando a respeito devem ler. As obras do Olavo de Carvalho também são recomendadas. Na obra Como Ser Um Conservador Scruton escreve um pouco sobre a sua jornada rumo ao conservadorismo. Todavia, ele faz explanações magníficas sobre a sua visão da política, da economia, do homem e da sociedade sobre o enfoque conservador. Desta maneira Scruton defende a tradição a partir de reflexões sobre o nacionalismo, capitalismo, democracia, socialismo e conservadorismo. São capítulos que ele chama de “as verdades”.

Para Scruton essas verdades representam a forma como o conservador vê o mundo, ou seja, como o constrói a sua cosmovisão. Para ser um conservador é  necessário compreender que vínculos afetivos são partes inseparáveis entre indivíduos e coisas. Scruton ensina que ao construirmos fortes laços afetivos com o território, com a família, com o outro erguemos a base sob as quais se sustentam toda a filosofia conservadora. O amor pelo território não é o mesmo que nacionalismo. Isto porque a relação de amor com o território nasce de um profundo vínculo com a cultura local, com as pessoas com as quais construímos uma identidade. Isso não é ideologia. É  reconhecer que ali estão a sua história em rede com tantas outras e construindo uma identidade coletiva.

Preservamos o que levamos muito tempo para construir, por isso a defesa compulsória das nossas instituições que nos são tão caras. Por isso preocupa ao conservador a defesa do seu território e costumes quando ameaçados por imigrações descontroladas. O conservador não se opõe aos estrangeiros, mas não aceita de jeito nenhum que nossas instituições e costumes sejam modificados para recebê-los. Entendemos que estes devem se adequar à nossa cultura e hábitos; esperamos que entendam que agora são as nossas instituições e leis que devem obedecer e respeitar.

Mergulhando na leitura aprendemos sobre as verdades que ensinam o viver conservador. Scruton explana que tolerância significa estar preparado para proteger as pessoas da discriminação negativa, mesmo quando odiamos o que pensam e o que sentem”, tolerância todavia não significa perder nosso espaço, abandonar nossos hábitos e costumes. Quem chegar precisa estar disposto a mudanças e entender que ali há recepção mas não encontrará a sua cultura e sim a de outro e isso precisa ser respeitado. Tolerância e renúncia não são face da mesma moeda. É necessário sentimentos altruísticos de ambos os lados, é verdade. Essa não é a visão dos socialistas. 

O conservador defende que o Estado não deve ser intervencionista na proporção criticado por Ludwig von Mises e nem deve ser o Estado zero como propõe libertários como Murray Rothbard. Na concepção do conservador o Estado ideal tem o papel na proteção do cidadão, sua família, território e propriedade. A relação entre ambos é de lealdade onde o primeiro vê no segundo um compromisso que vai muito além do contrato social. A liberdade é cara ao conservador e o Estado deve garantir a liberdade como um valor intrínseco a esta relação. Não confundamos que a liberdade que pensa o conservador não tem limites. Ela se ampara na lei pois acredita que é verdadeiramente livre o cidadão que respeita a Lei. “A soberania individual só existe” adverte Scruton, “onde o Estado garante os direitos, tais como o direito à vida, à integridade física e à propriedade, protegendo, desse modo, os cidadãos de violação e coação de terceiros, incluindo da violação e da coação praticadas pelo Estado”. Por isso Scruton observa que “o papel do Estado é, ou deveria ser, menor do que aquele que os socialistas exigem e maior do que os liberais clássicos permitem

Assim, a leitura de Como ser um Conservador introduz o leitor num estilo de vida que visa preservar antes de mudar, melhorar antes de destruir. Ser conservador não é ser retrógrado e reacionário, não é viver preso ao passado, mas o ter como um ponto de apoio para as mudanças necessárias, melhorando aquilo que o tempo mostra que é consistente e confiável mudar.

 

Para adquirir essas virtudes [frugalidade e altruísmo] devemos restringir o “Raciocínio Instrumental” que governa a vida do homo oeconomicus, Devemos dotar de amor e desejo as coisas às quais atribuímos um valor intrínseco, e não instrumental, de modo que, para nós, a busca dos meios possa cessar no lugar dos fins. p46

 

Tolerância não significa renunciar a todas as opiniões que outros podem considerar ofensivas. Não significa um relativismo maleável ou uma crença de que qualquer coisa serve. Ao contrário, significa aceitar o direito dos outros de pensar e agir de um modo que desaprovamos. Significa estar preparado para proteger as pessoas da discriminação negativa, mesmo quando odiamos o que pensam e o que sentem“. p254

 

Governos Centralizados produzem indivíduos irresponsáveis, e o confisco da sociedade civil pelo Estado leva a uma recusa generalizada dos cidadãos de agirem por vontade própria. p40

 

“Quando o Direito é fundamentado em um contrato social, portanto, a obediência à lei é simplesmente o outro lado da livre escolha. Liberdade e obediência são equivalentes“. 

Conservadorismo é a filosofia do vínculo afetivo. p53

 

Nacionalismo, como uma ideologia, é perigoso apenas à medida que as ideologias são perigosas. Ocupa o espaço deixado vago pela religião e, ao fazê-lo, estimula o verdadeiro crente a venerar a ideia nacionalista e a buscar nesta concepção aquilo que ela não pode oferecer – o propósito último da vida, o caminho da redenção e o consolo para todas as aflições“. p56

 

“A verdade no Socialismo, portanto, aponta para um problema político maior e crescente. Dois aspectos impedem os governos modernos de enfrentá-lo. O primeiro é que essa questão foi politizada, visto que a verdade, muitas vezes, é perigosa para ser exposta e certamente é difícil de agir segundo seus ditames. O segundo é a questão que reside na própria fronteira dos debates sobre a natureza do Estado. p73

 

“Em suma, o Capitalismo global é, em certos aspectos, menos um exercício em uma economia de livre mercado, em que o custo é aceito por causa de um benefício, do que um tipo de banditismo em que os custos são transferidos para as futuras gerações em troca de uma remuneração no presente momento“. p101

 

“O Liberalismo tradicional é a visão segundo a qual essa sociedade só é possível caso os membros individuais tenham soberania sobre as próprias vidas – o que significa ser livre tanto para dar quanto para recusar o consentimento em relação a quaisquer relações que possam vir a ser propostas. A soberania individual só existe onde o Estado garante os direitos, tais como o direito à vida, à integridade física e à propriedade, protegendo, desse modo, os cidadãos de violação e coação de terceiros, incluindo da violação e da coação praticadas pelo Estado”. p108

 

“As novas ideias sobre Direitos Humanos admitem conceder a um grupo direitos que negam a outro grupo: a pessoa tem direitos como membro de algum grupo étnico minoritário ou de uma classe social que não podem ser reivindicados por todos os cidadãos“. p118

 

“Se os Imigrantes vêm é porque se beneficiam ao vir. É, portanto, razoável lembrá-los de que também há um custo. Só agora, porém, a nossa classe política está preparada para dizê-lo e insistir que o custo seja pago“. p143

 

“Se os conservadores tivessem de adotar um lema, este deveria ser: “Experimente localmente, pense nacionalmente.” Na atual Crise Ambiental, não existe outro agente diferente do Estado-nação para tomar as medidas cabíveis e não há nenhum outro ponto de convergência de lealdade que lhes garanta aprovação“. p148

 

“A Globalização não diminuiu o sentimento de nacionalidade: sob a sua influência, as nações tornaram-se os receptáculos preferenciais e primordiais da confiança dos cidadãos e os instrumentos indispensáveis para compreender e desfrutar a nova condição do mundo”. p170

 

“A verdade no conservadorismo repousa nessas ideias. A Livre Associação nos é necessária não só porque “nenhum homem é uma ilha“, mas porque os valores intrínsecos surgem a partir da cooperação social. Não são impostos por alguma autoridade externa ou incutidos pelo medo. Crescem de baixo para cima por relações de amor, de respeito e de responsabilidade“. p182

 

“A Amizade é a forma mais elevada que o reconhecimento pode alcançar quando a outra pessoa o valoriza pelo que você é, busca seu conselho e a sua companhia, e vincula a vida dele à sua”. p195

 

“O Verdadeiro Cidadão está pronto para o seu país nos momentos de necessidade e vê suas instituições militares como uma expressão de vínculo afetivo profundo que mantém as coisas em ordem. A visão política conservadora vê o exército como algo que expressa, de modo independente, a ordem civil existente“. p200

 

“O Papel do Estado é, ou deveria ser, menor do que aquele que os socialistas exigem e maior do que os liberais clássicos permitem. O Estado tem uma finalidade, que é proteger a sociedade civil dos inimigos externos e das desordens internas“. p203

 

“A conquista da Civilização Cristã é ter dotada as instituições de autoridade religiosa sem exigir-lhes uma obediência religiosa, em oposição à secular“. p208

 

“A Ênfase Conservadora nas associações sem propósitos também tem o seu alicerce ideológico: pois é pela renúncia à vontade individual no trabalho da comunidade que aprendemos a humildade e o amor pelo próximo“. p211

 

“Uma Cultura é uma maneira de transmitir, de geração para geração, o hábito do juízo. Esse hábito de julgamento é vital para o desenvolvimento moral e é o fundamento dos ritos de passagem pelos quais os jovens deixam a fase de adolescência e assumem obrigações na vida adulta. Por isso, uma sociedade sadia requer uma cultura sadia, e assim o é, mesmo que a cultura, como a defino, não seja fruída por muitos, mas por poucos”. p230

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EM BUSCA DE SENTIDO

Às vezes é necessário se passar por certas situações da vida para que possamos ter uma ideia das dificuldades que circunscrevem a história de quem se encontra em situação de extrema dificuldade. É o caso das vítimas do campo de concentração nazista. Quantos relatos, quantos depoimentos foram colhidos de suas vítimas que resultaram em milhares de páginas escritas sobre o holocausto? Porém, quem sobreviveu ao holocausto e consegue narrar as atrocidades tem a nauseante função do narrador vivo do fato que vivenciou. Enquanto, porém, quando o narrador não só descreve os fatos da realidade visual e sensível tem-se então a verdadeira visão do que realmente foi viver num campo de concentração. O Dr. Victor Frankl teve o dissabor de ser esse narrador vivo de um campo de concentração. Lá  ele aprendeu que foi a busca por sentidos que fez com que muitos conseguissem sobreviver a uma existência de martírios. O Dr. Victor Frankl, criador da Logoterapia, cuja base da sua ciência extraiu das suas experiências no campo de concentração, descreve em seu livro Em Busca de Sentido, como ele aprendeu sobre a natureza humana sendo ele próprio vítima do nazismo. O livro contém importantes lições sobre o sentido da vida que quando analisado à luz do seu outro livro, O Sofrimento de uma Vida sem Sentido, dá  ao leitor uma razão para entender os seus problemas pessoais e encontrar nele motivos para enfrentá-los.

A terrível experiência do autor deu origem a sua logoterapia extraída dos campos de concentração nazistas. Num campo de concentração, explica Victor Frankl, vêm uma série de questões existenciais: qual o propósito de tanto sofrimento? Como encontrar sentido quando a vida não vale nada?  Por outro lado, questionamos também como o ser humano é capaz de infligir tanto sofrimento a outrem, muitas vezes em ato de puro sadismo e crueldade. Não é incomum, diante de tal situação se perguntar, onde está Deus que não pune os malvados e acaba com o sofrimento das vítimas. Mas, será esse um problema de Deus ou seria ele tipicamente humano? Claro, ninguém iria querer estar no lugar do autor ou de qualquer vítima do holocausto para compreender ou tentar entender os porquês do sofrimento.

A alma dobra sob o peso da crueldade. Pessoas destruídas por fora e por dentro para as quais nada mais importa vagam moribundas. Apenas vivem o hoje esperando o desfecho do próximo segundo da sua vida miserável sem ter a quem recorrer. Em tais condições o condenado regride a condições de total insensibilidade. O sofrimento alheio já não lhe causa mais indignação. Perdeu-se toda a capacidade de sentir, reagir, indignar-se. Do outro lado, os algozes. Travestidos das suas ideologias e o falso sentimento de superioridade, pretende salvar o homem, purificando-o sobre o seu próprio sangue. 

Em Busca de Sentido mostra como o desprezo pela vida humana alimentado por ódios incompreensíveis e desprendido de qualquer humanidade leva às vítimas, diante de sofrimento físicos e morais inimagináveis, a um estado de total escravidão psicológica. À medida que o espírito enfraquece e o corpo se submete a vontade dos seus algozes diante da face da dor excruciante, da humilhação e vergonha, quebrantado pelo sofrimento, pessoas antes de espíritos fortes transformam-se em objeto do sadismo dos seus carrascos, incapazes de reagirem submetem-se aos caprichos do mal. Evidentemente que os carrascos estão apenas obedecendo ordens, dirão alguns. Todavia a maldade só germina em solo fértil.

Nenhuma palavra no livro se refere a ideologias políticas, muito menos é uma denúncia sobre o totalitarismo. Na obra, o autor descreve tão-somente pessoas e a sua relação com o sofrimento e a busca por sentidos. Desta análise, o autor extrai duas reflexões: como é possível que o ser humano possa causar e suportar tanto sofrimento? Qual o sentido de tratar o outro como o mais repugnante dos vermes? Em Busca de Sentido é uma reflexão sobre o que esperamos das vida e a do outro ao fazermos as escolhas erradas. Como um profissional que estuda o comportamento humano, Victor Frankl transformou a sua dor em uma ciência para ajudar as pessoas a encontrarem a resposta para o sentido da vida.

A pessoa, aos poucos, vai morrendo interiormente. Fora as diversas reações emotivas acima descritas, o prisioneiro recém-internado ainda experimenta, durante o primeiro período de sua estada no campo, outras sensações extremamente torturantes, que logo tenta suprimir. Surge, sobretudo, indizível a saudade de seus familiares. Uma saudade tão ardente, que só resta uma sensação: a de se consumir. Além disso, há o nojo. O nojo de toda a fealdade que o cerca, interior e exterior“. p35

 

“Compreende-se perfeitamente que, naquela situação psicológica sem saída e sob a pressão da necessidade de se concentrar na preservação imediata da vida, toda a vida psíquica parece baixar a um nível primitivo. Por isso, colegas de orientação psicanalítica entre os companheiros costumavam falar de uma “regressão” da pessoa no campo de concentração, de um retraimento a uma forma mais primitiva da vida psíquica“. p44

 

“Na maioria dos prisioneiros, a preponderância dos instintos primitivos e a peremptória necessidade de se concentrar sobre a pura e simples preservação da vida constantemente ameaçada suscitam uma depreciação radical de tudo aquilo que não serve a esse interesse exclusivo. Assim se explica a ausência absoluta de sentimentos por parte do prisioneiro quando avalia os acontecimentos“. p49

 

“Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós“. p101

 

“Em última análise, viver não significa outra coisa se não arcar com a responsabilidade de responder – adequadamente às perguntas da vida, pelo cumprimento das tarefas colocadas pela vida a cada indivíduo, pelo cumprimento da exigência do momento”. p102

 

“Quando um homem descobre que seu destino lhe reservou um sofrimento, tem que ver nesse sofrimento também uma tarefa sua, única e original. Mesmo diante do sofrimento, a pessoa precisa conquistar a consciência de que ela é única e exclusiva em todo o cosmo dentro deste destino sofrido. Ninguém pode assumir dela o destino, e ninguém pode substituir a pessoa no sofrimento”. p102

 

“Somente aos poucos se consegue levar essas pessoas a reencontrar a verdade, tão trivial, de que ninguém tem o direito de praticar injustiça, nem mesmo aquele que sofreu injustiça. Precisamos trabalhar no sentido de levar essas pessoas ao reencontro dessa verdade, pois a inversão da mesma facilmente poderia trazer consequências piores do que a perda de alguns milhares de grãos de aveia para um agricultor desconhecido”. p117

 

“A logoterapia, ou, como tem sido chamada por alguns autores, a “Terceira Escola Vienense de Psicoterapia”, concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por esse sentido Para a logoterapia, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano Por essa razão costumo falar de uma vontade de sentido“. p124

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A IMITAÇÃO DE CRISTO

No século XIV um monge beneditino, Tomás Kempis, escreveu sobre como nós, cristãos, devemos conduzir as nossas vidas. Ele aconselha a devotarmos as nossas vidas ao Nosso Senhor Jesus Cristos. São grandes  conselhos espirituais que iluminam o caminho até Deus direcionando-nos à Palavra do Nosso Senhor Jesus Cristo, pois disse Cristo: sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.16). O servo de Deus, Tomás Kempis, nos convida a nos consagrarmos à imitar O Nosso Salvador e ensina a caminhada do bom cristão numa obra devocional escrita por ele no século XV intitulada A Imitação de Cristo. O livro contém conselhos para quem, em total obediência a Jesus Cristo, deseja conhecer a verdade que há em Cristo e morar em seu Reino. O filho de Deus não pôs distância entre nos e Ele, pelo contrário, pelo exemplo, colocou-se inseridos entre os humildes e ensinava Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados.” (Mt 5,4) , portanto, imitá-lo não é impossível. 

Quem me segue não anda em trevas, diz o Senhor. São palavras de Cristo, com as quais nos admoesta que imitemos sua vida e costumes, se queremos verdadeiramente ser alumiados, e livres de toda a cegueira do coração. (Jo 8, 12.) Seja, pois, nosso principal estudo, meditar na vida de Jesus Cristo“.

Viver imitando Cristo, não há melhor escolha de vida. É o sentido para a salvação da alma porque somente em Nosso Senhor Jesus Cristo encontramos as perfeitas condições para servir a Deus. Jesus Cristo disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. Cristo é o exemplo perfeito de santidade. Todos nós, se nos desapegarmos da riqueza e dos vícios, estaremos às portas dos Céus, porque disse Cristo:É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt, 19, 24-30). Cristo é o Caminho, a Verdade e a Luz e ninguém entrará no Reino de Deus se não for através Dele. Somente as nossas ações compromissadas com a Verdade em Cristo nos conduzirão a Deus. Sejamos devotos. Devemos buscar a graça da devoção diligentemente, ensina o bom monge em sua obra.

“Deves buscar com diligência a graça da devoção, pedi-la com instância, esperá-la com paciência e confiança, recebê-la com gratidão, guardá-la com humildade, cooperar solicitamente com ela, e deixar a Deus o tempo e o modo em que se digne visitar-te“.

Vivemos em um mundo de descrentes. Os que professam a sua fé a renega pelos atos e submissão aos vícios e corrupções. Os verdadeiramente devotos a Deus, são aqueles que a praticam através do Nosso Senhor Jesus Cristo. O sábio homem nos ensina que devemos ser diligentes na busca pela devoção a Deus e esperar com paciência e confiança entregando tudo à vontade de Deus, como o Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, o fez.

“Qualquer pois que levantar sua intenção a Deus com singelo coração, e se despojar de todo o amor ou ódio desordenado de qualquer coisa errada, será próprio para receber a divina graça, e se fará digno do dom da devoção“.

A recompensa para os devotos, verdadeiramente fiéis e resolutos à Deus é o próprio dom da devoção. Porém, Deus não selecionou apenas alguns privilegiados, beneficiários únicos do dom da devoção. Deus não nos inspirou o dom da devoção como algo inato. Pelo contrário, Deus nos mostra que os meios para alcançá-lo depende de nós, de quanto estamos dispostos a amar e seguir imitando o Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Este deveria ser nosso principal empenho: vencer-nos a nós mesmos, fazermo-nos cada dia mais fortes, e melhorar-nos em nosso aproveitamento. […] Não há paz no coração do homem carnal, nem no do que se ocupa das coisas exteriores, mas no do que é fervoroso e espiritual”.

Quão difícil é levar uma vida consagrada a Cristo quando não se está disposto a sacrificar os interesses egoístas; quando se está tomado pela vaidade; quando se está encantado pelas coisas do mundo. Tudo fica mais difícil. Seria porque o caminho para Cristo é áspero? Não é — caminhar até Cristo, verdadeiramente, não causa sofrimento. Cristo sofreu todas as dores do mundo por nós. O que nos faz sofrer é o apego às coisas deste mundo. O que torna difícil a nossa jornada até Cristo é a nossa prepotência, nosso egoísmo e hipocrisia.  Sejamos resolutos ao abandonar as coisas terrenas e a nos apegarmos às coisas dos Céus. Disse Jesus Cristo; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. 21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt, 6:20).

“Ó dulcíssimo e amantíssimo Senhor, a quem agora desejo receber devotamente! Vós conheceis a minha fraqueza, e as necessidades que padeço; sabeis em quantos males e vícios estou abismado, quais são meus trabalhos, minhas penas, tentações, meus cuidados, e minhas iniquidades“.

Ora, o primeiro passo para a entrada no Reino de Deus é ter humildade de coração, pureza de sentimentos, depois, reconhecer que somos pecadores e que nos arrependemos de todas as nossas transgressões e iniquidades (as pequenas e as grandes), pois Deus sabe tudo. O segundo é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si próprio. Quem mente para o mundo não esconde de Deus, porquanto Ele conhece a nossa natureza e sabe quando estamos mentindo. Quem mente para si, o faz também para Deus. Sejamos devotos de corpo e alma, pois a devoção de Filho amado de Deus por nós foi total e irrestrita a ponto de morrer na cruz para a nossa salvação.

Se eu soubesse quanto há no mundo, e não tivesse caridade, de que me aproveitaria diante de Deus que me há de julgar segundo minhas obras?”

Destarte, sejamos humildes e reconheçamos a nossa insignificância perante a Deus. Somos nada se não temos a Deus. Abramos os olhos e nos afastemos de tudo aquilo que pode nos tornar vaidosos. Tudo o que a nossa vaidade constrói pode Deus fazer desaparecer num piscar de olhos. Façamos a obra que Deus espera de nós. Quem pratica a verdadeira caridade, aos olhos de Deus, Lhe está ofertando. Sejamos caridosos como a viúva (Marcos 12:41-44) que deu a Deus o pouco que tinha e vamos praticar a caridade desinteressada , sem esperar nada em troca e nem holofotes (Mt 6). Portanto, façamos boas obras, mas somente aquelas que nos ensinou Deus através da boca do seu Filho Amado.

A obra exterior sem caridade de nada aproveita, mas tudo o que se faz com caridade, por pouco e desprezível que seja, produz abundantes frutos; porque mais olha Deus para o afeto com que obramos que para a obra“.

Muito obra quem muito ama. Muito faz quem tudo faz bem. Bem obra quem serve mais ao bem comum que à sua vontade própria. Muitas vezes parece caridade o que é amor-próprio; porque a propensão de nossa natureza, a própria vontade, a esperança de recompensa, o gosto da comodidade raras vezes nos deixam“.

Quanto mais um homem quiser ser espiritual, tanto mais amarga se lhe fará a vida presente; pois melhor conhece e mais claramente vê os defeitos da corrupção humana“.

Não é fácil resistir às tentações do mundo. Jesus Cristo disse para Satanás quando por ele foi tentado: Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4:4).  Isso porque somente a Palavra de Deus é a nossa salvação e o nosso verdadeiro alimento que vem até nós através do seu Filho amado, Jesus Cristo. Por isso sejamos imitadores de Cristo.

Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ezequiel 33:11

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A SOCIEDADE SEM ESCOLA

Um dos pontos fundamentais das ideias de Ivan Illich nesta obra é que a escola tem uma finalidade: construir hoje o consumidor do amanhã, tal é a sua crença de que a escolarização cria as demandas de consumo que vão escravizar os ex-alunos. Educação escolar e economia são dois lados de uma mesma moeda que, na perspectiva do autor, é o tecnicismo trabalhando a favor do capitalismo. A proposta, A Sociedade sem Escola, como bem descreve o título do livro, é a ideia de uma sociedade sem escola em que a educação fosse livre da ordem e da hierarquização do ensino institucional. Na utópica sociedade de Ivan Illich as crianças aprendem por convivência na comunidade e encontram sua profissão naqueles autodidatas que estão à sua disposição. Para que o projeto seja possível, o autor propõe que sejam feitos encontros, longe das paredes dos “presídios das escolas”, onde com liberdade e um toque de anarquia, conhecimentos e descobertas aconteceriam, tudo num ambiente, libertário,  agradável e longe das salas sufocantes.

Entre linhas percebe-se que o autor fala de uma revolução da educação nos moldes da revolução dos proletários, aquela propalada pela turma dos marxistas. Fato, a obra é impregnada de marxismo anárquico e, por isso, apesar de usar muito a expressão liberal fica claro que tirando a ideia de uma educação libertária, e porque não dizer anárquica,  é mais um pano de fundo para os velhos temas e retóricas socialistas de sempre. O autor, no contexto educacional, ao propor a desescolarização, não faz outra coisa senão uma revolução cultural, opondo-se às instituições e seguindo a trilha de John Dewey, Anísio Teixeira, Piaget e nosso “ilustre” Paulo Freire e a sua Pedagogia do Oprimido, que aliás, os dois se tinham em alta contas, sendo o autor admirador freiriano. Fica evidente que o autor faz um manifesto a favor da revolução educacional como um corolário da revolução cultural marxista, talvez numa tentativa de corrigir desvios desta última.

Entretanto, é fácil entender que o fim da escola como instituição não é razoável, não é nem mesmo possível, não nos moldes desenhados pelo autor. A sociedade em que o conhecimento é transmitido através de encontros casuais em todos os níveis, conforme propõe o autor, não tem a menor nexo com o mundo real. Não parece ser possível para aqueles que vivem na faixa pobre da sociedade ou abaixo dela, promover algum tipo de escolarização autossuficiente e autogerenciável. No máximo obtém-se aquilo que o meio pode oferecer, não muito distante da conversa de botequim e que certamente está muito distante da alfabetização. Na verdade, troca-se uma escola institucional por uma anárquica cujo objetivo é o mesmo, ou seja, promover a clonagem das mentes pois ao que parece tornaria todo encontro “educacional” num palco exclusivamente espaço de políticas unilateral. Neste contexto, a proposta aparente de escola livre ou liberal não passa de um engodo. 

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A TIRANIA DO MÉRITO

A meritocracia promove o ressentimento nos perdedores que são aqueles sem talento, sem sorte e sem capacidade de resolver os grandes desafios em uma sociedade altamente competitiva. Por outro lado, a meritocracia como consequência nociva promove a arrogância e frieza nos vencedores que são aquelas pessoas que por mérito próprios alcançaram boas posições de tal maneira que o mercado de trabalho e a sociedade como um todo se abrem em oportunidades. A Tirania do Mérito, de Michael Sandel, mostra essa disparidade e aponta que longe de ser uma forma de acabar com a desigualdade é de longe uma maneira de aumentá-la. O autor mostra que a política meritocrática, que postula que todos têm oportunidades iguais, promovendo as condições para que todos tenham mobilidade social e assim reduzir a desigualdade social é uma falácia, uma vez que sem preparo as pessoas mais desfavorecidas não há como aproveitar as oportunidades. Para o autor , as políticas de bem-estar social passam distante das políticas de meritocracia e que, segundo ele, os progressistas com suas posturas de valorização do mérito não percebem que abrem espaço para que o ressentimento dos “desqualificados” encontrem apoio nas promessas demagógicas dos candidatos populistas. Nesse contexto, o autor observa que os erros cometidos por Hillary Clinton e Barack Obama ao valorizar as pessoas que têm diplomas universitários e que são bem-sucedidas por méritos próprios, razão pela qual ambos não têm o apoio integral da classe americana branca, têm como consequência direta a vitória de Donald Trump à Casa Branca.

O problema da meritocracia, escreve o autor, é que ao final ela é um sistema injusto na tentativa de primar pela justiça. Para o autor, a meritocracia como sistema de recompensa pelo esforço próprio do indivíduo abre um abismo entre aqueles que conquistaram o seu espaço devido ao seu talento e esforços e aqueles que desprovidos das condições necessárias ou cercado pela má sorte se sentem desprestigiados pela falta de reconhecimento da sociedade e pela perda de estima social em função do seu destino. Isso leva a refletir sobre os diversos fatores que recompensa pelo mérito impõe. O autor argumenta que o que faz do mérito uma regra injusta é que ela deixa pouco espaço para a solidariedade que pode surgir quando refletimos sobre a contingência de nosso talento e destino. Para o autor, quando se chega ao topo por méritos próprios nos tornamos egoístas, de onde se segue que se meu sucesso é resultado de minhas próprias ações, o fracasso deles deve ser culpa deles, reflete.

Os defensores da meritocracia defendem que se a todos for dado oportunidades iguais, ao final de uma jornada, quem não foi capaz de aproveitá-las é o único responsável pelo seu infortúnio. Por outro lado, os que não acreditam na meritocracia postulam que o sistema é falho porque embora a oportunidade seja oferecida igualmente a todos, as pessoas que não tiveram acesso a boas escolas, que são desprovidas de talento, que vivem em ambiente marginalizado e que não tiveram sorte de nascer em famílias não podem ser responsabilizadas pelos seus fracassos. Dessa forma o segundo grupo acredita que a meritocracia é injusta para com os desprivilegiados, consequentemente punindo-os pelos seus infortúnios. Sandel acredita que alocar empregos e oportunidades conforme o mérito não reduz a desigualdade, mas reconfigura a desigualdade para alinhá-la à habilidade. No entanto, essa reconfiguração cria o pressuposto de que as pessoas recebem o que merecem. E esse pressuposto aprofunda a diferença entre rico e pobre e sustenta que o ideal meritocrático está relacionado à mobilidade e não à desigualdade e que se a meritocracia permite que um indivíduo pobre possa, por trabalho e esforço próprio, ascender socialmente, por outro lado é um erro acreditar que isso reduz a desigualdade. Para Sandel isso só contribui para aumentar a distância entre ricos e pobres. O ideal meritocrático não é remédio para desigualdade; ele é justificativa para desigualdade, escreve Sandel.

Nos Estados Unidos o sistema meritocrático é amplamente defendido pelos democratas, revela Sandel. Isso decorre do fato dos progressistas nutrir a crença de que com uma excelente escolaridade acadêmica as pessoas tem mais oportunidades de ascender socialmente, pois as portas dos melhores empregos estão abertas para essas pessoas. Sandel lembra que esse fato é evidente nos comentários de Hillary Clinton sobre “os deploráveis” e o de Barack Obama sobre pessoas que “se apegam a armas ou religião”, pois os que não têm as credenciais acadêmicas não fazem parte dos planos políticos meritocráticos dos Democratas. Sandel escreve que “o preconceito credencialista é sintoma da arrogância meritocrática. Uma vez que os pressupostos meritocráticos enrijeceram nas últimas décadas, as elites adquiriram o hábito de desprezar quem não ascende”. O americano raiz que só tem o nível médio de escolaridade não se sente representado nas políticas meritocráticas e isso, segundo Sandel, foi uma oportunidade bem aproveitada por Donald Trump cujo discurso incluiu o trabalhador americano, yankee, sem nível superior fato que se revela nos resultados das eleições que deram a vitória a Trump.

Sandel faz um alerta de como a tirania do mérito pode tornar uma sociedade antidemocrática. Seus pressupostos revelam que não é porque algumas pessoas, muitas vezes providas de talentos especiais, ascendam socialmente que devemos ignorar as outras pessoas que são desvalorizadas pelas suas condições. Ele acredita que em vez de corrigir as condições das quais as pessoas querem sair, construímos políticas que tornam a mobilidade resposta para a desigualdade. Contundente, Michael Sandel deixa a seguinte mensagem no final da sua obra:

Focar somente, ou principalmente, em ascensão faz pouca coisa pelo cultivo dos laços sociais e do apego cívico que a democracia exige. Até mesmo uma sociedade mais bem-sucedida do que a nossa em proporcionar mobilidade ascendente precisaria encontrar modos de possibilitar que as pessoas que não ascendem prosperem no lugar onde estão e se enxerguem como membros de um projeto em comum. Quando não fazemos isso, dificultamos a vida das pessoas que não têm credenciais meritocráticos e as fazemos duvidar de seu pertencimento“.

Há muito que se refletir sobre a meritocracia como uma forma “justa” de selecionar e premiar os melhores, sobretudo quando é notório que independente da classe social a que o indivíduo pertence somente uma minoria alcança os níveis meritocráticos exigidos principalmente numa sociedade altamente competitiva. Para a maioria que se sente frustrada por não conseguir êxito em ideais de meritocracia são preteridas e desniveladas na sociedade. A consequência direta disso é o ressentimento e uma profunda perda de identidade social, uma vez que o indivíduo não se sente representado no ambiente em que trabalha, reside, se relaciona. Isso se ver com frequência no ambiente de trabalho em que são implementadas meritocracia que distância funcionários invés de agregá-los aos objetivo comuns. 

Somos pessoas distintas em todos os sentidos. A igualdade almejada pelo antagonismo meritocráticos é uma ilusão, bem como a meritocracia como modelo de igualdade é uma falácia. Erik von Kuehnelt-Leddihn (1909-1999) foi um nobre austríaco e teórico sociopolítico que dizia que não existe igualdade na natureza e que ela era um construtor social. A bem da verdade vivemos em busca de uma sociedade em que todos os humanos sejam iguais e o que conseguimos é uma sociedade igualitária, em outras palavras, politizamos a questão da igualdade em ideologias. 

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