Richard Dawkins (1941), intelectual e biólogo, é um dos mais ferrenhos opositores às religiões e a Deus. Ateu radical, defende a ideia de que Deus é uma ficção inventada pelo homem e que a religião é o instrumento de propagação desta invenção. Autor de diversos livros em que defende um mundo sem religiões,  acredita que a fé é um instrumento da ignorância humana. Em seu livro Deus um Delírio, Dawkins propaga a sua filosofia ateísta de que a resposta para todas as questões da existência humana esta na ciência, que a tudo responde ou nada estará explicado se não for por meio desta.
A questão é: se Deus existe, ele é culpado pelo mal na humanidade? Seria então as religiões a forma de Deus levar os homens  a cometerem os mais bárbaros crimes? Dawkins convida à reflexão. Não sei se a existência de Deus é a causa de todo o mal como creem os ateus. Mas tenho total convicção que o homem, talvez 99.99% dos homens, não podem viver sem a crença na existência de Deus a sua semelhança e sem a fé neste, mesmo que seja necessário “inventar um Deus”. Caso contrário, a humanidade retrocederia a um estado de barbárie total, tamanha a fragilidade humana.
Dawkins refuta qualquer argumento que legitime a crença em Deus e não escapam da suas duras criticas nem os agnósticos, que ele acredita que são crentes que não tem coragem de negar a existência de Deus. Não acho que seus ataques às religiões consigam provar algo, pelo contrário,  ele consegue afastar aqueles que buscam uma alternativa à crença a qualquer divindade. Eu prefiro as reflexões ateístas mas moderadas de Alain de Button (1969) e de André Comte-Sponville (1952), pois estes embora não acreditem em Deus, entendem o papel importante das religiões como moderador dos excessos, não dos radicais religiosos ou daqueles que fazem destas seus instrumentos pessoais de poder e morte. A maioria das pessoas precisa de algo para se agarrar na hora que tudo que lhe parece restar sejam as desgraças da vida.

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