SAPIENS - UMA BREVE HISTÓRIA DA HUMANIDADE

Yuval Harari Noah sintetiza em poucas páginas, de forma brilhante e agradável, temas complexos e exaustivamente explorados da história da humanidade. Em seu livro Sapiens Uma Breve História da Humanidade, Harari descreve a trajetória do homo Sapien desde o seu surgimento a 200 mil anos até os nossos dias. Cita todos os fenômenos políticos, religiosos e econômicos que ajudaram a formar as sociedades colocando os sapiens no topo do mundo.

Harari especula, usa metáforas, questiona e faz perguntas desconcertante sobre quem somos, o que somos e para onde vamos, não num sentido filosófico, mas de forma muito prática.

Hanari explica que a 70 mil anos atrás o homo Sapien dá cabo a todas as espécies do gênero humano e se coloca no topo da cadeia alimentar tornando-se assim a espécie mais destruidora que já passou pelo planeta terra, fenômeno denominado pelo autor de Revolução cognitiva.

A revolução cognitiva, caracterizada pela capacidade de pensar, única dos sapiens, levou a espécie chamada caçador – coletor a abandonar os hábitos nômades e aprender a cultivar o seu próprio alimento. Nasce assim, a 12 mil anos atrás, a segunda grande revolução da história da humanidade : A revolução agrícola. Período superado em importância e feitos humanos somente pela terceira e última revolução que surgiu a 500 anos atrás: A revolução científica.

Hanari explica que a origem das sociedades foi causada pela grande capacidade dos Sapien de imaginar. Esta característica única na espécie humana, levou o homem a imaginar coisas como o código de Hamurabi e o código dos direitos civis americano, tudo com o propósito de preservar a espécie que tem uma tendência a autodestruição. A esta capacidade imaginativa, o autor denomina de Ordem Imaginada.

A ordem imaginada, foi capaz de desenvolver códigos para auxiliar o homem não na comunicação, mas tão somente para contar – técnica necessário para quem precisava estocar grãos. A escrita foi uma evolução, segundo o autor, da necessidade que o homem tinha de contabilizar as colheitas de grãos. A escrita talvez seja o maior legado da revolução agrícola.

O auto revela, sem entrar no mérito da questão ambientalista, que desde que o Homo Sapien chegou ao topo da cadeia alimentar que destrói tudo o que toca. O autor exemplifica o caso da Austrália onde havia milhares de espécies animais que até então reinavam absolutas durante milhões de anos, e em pouco tempo desaparecem com a chegada do Homo Sapien.

Segundo Hanari, uma das prováveis causas para este alto poder destruidor residia na rudimentar técnicas das queimadas desenvolvidas a dezenas de milhares de anos para encurralar os animais e assim poder obter mais êxito nas caçadas. Depois, a técnica foi melhorada para preparar a área para plantio de sementes que precisavam de solos com tratamento especiais. Desta forma a destruição da fauna e da flora pelo homem não é algo inerente a atualidade.

A ordem imaginada, levou os Sapiens a estabelecer sistemas sociais segregacionistas como a criação de uma sociedade branca e patriarcal deixando os negros e as mulheres nas camadas sociais mais baixas sem direito algum. A política de gênero estava estabelecida.

Para Harari gênero é uma definição social e não biológica, logo imaginada pelos sapiens.

O livro é uma fascinante viagem pelo tempo e mostra a jornada do homem neste planeta que ele parece odiar. Tudo o que o homem criou para as suas necessidades inventadas, contribui de alguma forma para o aniquilamento de todas as espécies, inclusive o da própria espécie humana. Parecemos estranhos a este planeta.