Em um mundo em que os valores humanos se perdem diante da “cultura do ridículo”, é cada vez mais difícil alguém se declarar conservador. Não sem se arriscar a ser acusado de reacionário, retrógrado e outros adjetivos que não cabem aqui.

Após a Segunda guerra mundial, o mundo entrou em uma decadência moral que afundou valores responsáveis pela formação da sociedade ocidental. Valores como família, religião, trabalho e história foram desmontados para dar lugar a outros em que tudo é relativo, tudo é permitido sob a ótica do politicamente correto.

No século XXI, onde estão as pessoas que lutam para reverter este quadro? Estão por ai mas, são poucas considerando que o mundo virou à esquerda. Entre essas, um se destaca: o filósofo político Roger Scruton, legítimo representante do conservadorismo que sai em defesa da preservação das tradições que guardam e protegem nosso passado, sem modificá-lo.
Em seu livro Como ser um Conservador, Roger Scruton defende não uma nova forma de ser conservador (apesar disso, ele compreende que adaptações são necessárias), ou de manualizar as regras de como ser um conservador, embora o título sugira está idéia, mas porque acredita que a sociedade européia e americana estão decretando o fim da cultura ocidental.

Um mínimo de reflexão mostra que estamos naufragando. Basta observar que filhos não respeitam os pais e que estes deixaram de ser modelos para seus filhos. Que professores, antes uma figura em que os alunos se espelhavam e tinham por este um profundo respeito, hoje são ultrajados, desprestigiados. Impera o valor do fácil, do narcisismo doente nas rede sociais. A educação ideológica ministrada nas escolas, que desmonta um conjunto de valores construídos com base na sociedade familiar e educada está modificando a história dando lugar a cultura dos incultos.

Por tudo isso vale ler Roger Scruton. Pela defesa da família, pela religião, pelos cuidados com os valores democráticos, pelos bons costumes e pelas tradições. São esses valores que nos perpetuarão como pessoas e cidadãos, e nos lembrarão que somos o que conservamos.
O livro Como Ser um Conservador (Título Original: How to be a conservative) foi escrito em 2014 pelo filósofo e escritor inglês Roger Vernon Scruton (1944). Lançado no Brasil em 2015 pela editora Record e traduzido por Bruno Garschagen. Possui 292 páginas.