O livro Dilma Rousseff, de autoria de Jamil Chade e Momchil Indjov, analisa a trajetória da ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff (1947), desde a história da sua família na Bulgária (Gabrovo) comunista até a chegada de Dilma Rousseff à presidência da República do Brasil entre 2011 e 2016. Os autores também narram os fatos políticos e econômicos que atingiram a Bulgária desde a Primeira Guerra Mundial e que tiveram fortes influências na história da família Russev (nome original), sempre traçando um paralelo com os acontecimentos no Brasil no mesmo período.
A história das lutas armadas no Brasil e na Bulgária é evidenciada pelos autores como eventos paralelos, porém não mostra se houve algum papel da família Russev na formação terrorista-revolucionário e política de Dilma Rousseff. Parece que o gosto pela política e o espírito revolucionário não foram herdados do seu pai, Petra Russev (mais tarde para Pedro Rousseff), que fugiu do regime comunista da Bulgária para o Brasil. Petra veio (1920) para o Brasil e fez riqueza no ramo da construção civil, integrando-se totalmente ao capitalismo para desgosto do primeiro ministro da Bulgária Aleksandar Stamboliyski (1879-1923).
O livro tem pouco a respeito da relação de Dilma Rousseff com seu pai Petra e da sua vida como guerrilheira durante o período da luta armada no Brasil e a sua atuação no COLINA e Var-Palmares, grupos revolucionários-terroristas que se opunham ao governo de Regime Militar no Brasil. Ao final, tendo a história da ex-presidente do Brasil como pano de fundo, o que se tem na realidade é a história e o declive do socialismo nos Bálcãs após a Primeira Guerra Mundial e o seu impacto sobre a Bulgária, na época sob o domínio da URSS, e os reflexos do movimento socialista no mundo e no Brasil.
Sobre Dilma, pouco é revelado. Por isso ela continua sendo uma mulher misteriosa, (os autores revelam que governo não permitiu que extraíssem dela maiores informações). Sobre a sua atuação como presidente do Brasil, quase nada ou nada é tratado no livro. Contudo, a leitura do livro vale a pena pois, independente da ex-presidente não ter feito, para a maioria, um bom governo cujos mandatos foram envoltos em muitas controvérsias (notório pelo caso das pedaladas) e conflitos entre ela e o PT, um fato não pode passar em branco: Dilma Rousseff faz parte da galeria dos presidentes da República do Brasil. Desta forma ela é a primeira mulher a presidir o cargo máximo da nação. Esta não é uma vitória da direita ou da esquerda, do capitalismo ou do socialismo, e sim do povo brasileiro
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