Em Pensadores da Nova Esquerda, Roger Scruton examina a nova esquerda reconstruída sob as idéias de intelectuais remanescentes do marxismo-lenismo. Nomes como E. P. Thompson, Ronald Dworkin, Michel Foucault, R. D. Laing, Raymond Williams, Rudolf Bahro, Antonio Gramsci, Louis Althusser, Immanuel Wallerstein, Jürgen Habermas, Perry Anderson, György Lukács, J. K. Galbraith and Jean-Paul Sartre têm suas idéias sob o fio das análises precisas de Scruton, mostrando-nos que desde a década de 1960 a esquerda mudou a sua estratégia para implantar o sonho dos marxista-lenistas nas instituições públicas e privadas; e como resultado produziu gerações que correm atrás de objetivos, criados pela própria esquerda, que se movem mais rápido que os seus seguidores. São gerações que vão atrás do futuro, ignoram o presente e matam o passado.

Estes pensadores são responsáveis pela existência e legitimação dessa geração de mimados e ressentidos, que incapazes de compreender as ideias “revolucionárias” destes pensadores, as escolhem como suas “cartilha de vida” aplicando-as sem questionar, pois o que importa são os fins determinados por seus ídolos intelectuais e por isso não há necessidade de explicar o que por sua natureza divina não carece de explicação: é assim e ponto final. Os nossos deuses dos anos 1960 pensaram por nós, resta-nos trabalhar para construir o mundo sonhado por eles.

“O intelectual da Nova Esquerda é também um “libertário”. Ele deseja justiça social para as massas e também emancipação para si mesmo. A opressão que rege o mundo, acredita ele, atua externa e internamente. Ela ata a massa da humanidade em cadeias de exploração e ao mesmo tempo gera uma consciência peculiar, uma escravidão interna, que aleija e deforma a alma das pessoas. O tom de voz característico da Nova Esquerda deriva de uma síntese emocional; O novo intelectual advoga a velha ideia de justiça, mas acredita que justiça envolve sua própria emancipação de todo Sistema, toda estrutura , toda restrição interna.
A importância moral desta síntese é óbvia. Ao unir o clamor contemporâneo por “libertação” à antiga causa da “justiça social”, a Nova Esquerda defende os interesses da humanidade, mesmo quando se inclina de forma contundente (em direção à libertação e ao engrandecimento do self.”

Pensadores da Nova Esquerda foi escrito em 2011 pelo filósofo e escritor inglês Roger Vernon Scruton (1944). Lançado no Brasil em 2015 pela editora É Realizações, tradução de Felipe Garrafiel Pimentel e apresentação de Rodrigo Gurgel.

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