O PRAZER DE PENSAR

O Prazer de Pensar. Neste livro, Theodore Dalrymple nos convida para uma viagem em sua história de vida literária, em contato com os livros, e como esta o ajudou a montar a sua biblioteca de mais de dez mil livros. Leitor voraz, Dalrymple conta as histórias construídas durante décadas de contato com livreiros, sebos e como ele adquiria livros raros e comuns, em que os episódios, até chegar à estante de Dalrymple, dariam vários romances ao estilo de Agatha Christie.

O Prazer de Pensar vai além, pois Dalrymple busca compreender um pouco da relação que as pessoas têm com os livros ao examinar as dedicatórias escritas em cada livro usado que ele costuma adquirir. Nelas, estão um pouco da vida de cada uma dessas pessoas. Em cima deste palco da vida, Dalrymple faz muitas reflexões sobre a condição humana.

Em O Prazer de Pensar muitos autores ilustres são comentados por Dalrymple sempre que há uma relação com a história do livro adquirido, assim como os fatos históricos à época do seu autor.

Ao dividir conosco o prazer da leitura, Dalrymple argumenta também sobre a arte de pensar, atividade tão escassa entre as pessoas de hoje em meios a informações tão abundantemente superficiais e inúteis para elevação do espírito humano. “Pensar bem faz bem”, já dizia o filósofo brasileiro Mário Cortella. Contudo, pensar bem é algo que não se alcança com internet, televisão e tantos outros meios que paralisam o cérebro, reduz o espírito e esmaga o homem atual.

Qual o valor do nosso “pensar”? Sobre o que refletimos a maior parte do nosso tempo? Conseguiremos alcançar os patamares dos pensamentos elevados como fizeram os grandes mestres dos saberes como Plantão, Sólon, Voltaire, Rousseau, Kant, Nietsche, Burke, Ortega y Gasset e tantos outros homens ilustres, cujas idéias contêm até hoje valores inestimáveis para a humanidade? Creio que não, se continuarmos achando que bilhões de imagens e sons ao nosso alcance nos farão pessoas sábias.

Se olharmos para o agora a resposta, lamentavelmente é não. Há uma escassez generalizada de conteúdo autentico nas cabeças das pessoas, até mesmo encontramos esta ausência em homens de nível intelectual mais elevado. Hoje, os meios jornalísticos nos tornam um lugar comum de ideias pré-concebidas, um autômato ou bóias a deriva como expressou Ortega y Gasset em sua monumental obra A Rebelião das Massas.

Para pensar bem é necessário ter bom conteúdo, para ter bom conteúdo é necessário aprender a ler grandes obras, para construir uma opinião genuína é preciso ter bons livros na estante. Do habito da leitura, virá o da reflexão e assim entra-se neste círculo maravilhoso. É neste momento tão íntimo, tão profundo e tão sublime do homem consigo mesmo, do homem com o homem e com a natureza que nascem as ideias.
Embora ideias tenha conseqüências, como nos adverte Richard Weaver, somos humanos e humanos com imaginação que é ao mesmo tempo toda a nossa gloria e desgraça.

“A preservação dos livros é um reconhecimento explicito da condição humana: o conhecimento e a sabedoria surgirão inevitavelmente, se é que vão surgir, da ignorância e da loucura dos nossos ancestrais, que não eram menos inteligentes do que nós, e é melhor que nunca esqueçamos as nossas origens humildes.” Heine
“Uma leve censura, suave, incompleta, favorece o implícito, enquanto a liberdade favorece o explicito, este tende a se tornar um deus selvagem, pedindo cada vez mais sacrifício… uma pessoa sofisticada é alguém que pôe limite a tudo.” Dalrrymple

“Se a finalidade do livro é ser alimento para o pensamento, então esse alimento deve ser o melhor possível.” Dalrymple

“Que desejos selvagens, que tormentos inquietos acometem o homem infeliz, que tem a doença do livro…” Massinger

 

Leitura Recomendada

A REBELIÃO DAS MASSA

NÃO CONTE COM O FIM DOS LIVROS

← Post anterior

Post seguinte →

1 Comentário

  1. Adorei este artigo, muito bom mesmo, vou compartilhar mais vezes!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *