Em nossos dias, está em voga entre muitas pessoas de viés esquerdista o abominável gesto de apontar como fascista qualquer pessoa que pensa diferente delas. No geral, essas pessoas acusam os outros de fascistas sem conhecer a origem e significado do termo “fascista”. Elas não sabem, ou não levam isso em consideração, que desde o seu nascimento o fascismo vem oscilando no espectro político entre a esquerda e a direita, adquirindo significado e origem conforme as conveniências predominantes. Há muita literatura sobre o fascismo. Também há muita desinformação em torno da sua origem e aplicação. Sem sombra de dúvidas, ler muitos livros a respeito é a maneira mais adequada e segura para, então, se formar a mais leve credibilidade sobre o que se diz acerca do fascismo. Do contrário, não passa de mero ato irresponsável contra a História e a Etimologia, evidenciando assim total ignorância sobre o assunto com consequências desastrosas para o convívio social. Todavia, em meios a tantas obras boas e ruins sobre o fascismo, como saber quais expõe fatos e não narrativas? Não é fácil. O melhor, na medida do possível, é ler todos os livros que estiverem ao alcance, a exemplo do livro A Grande Mentira, do indiano naturalizado americano Dinesh D’Souza. 

           O livro A Grande Mentira contém graves revelações sobre a verdadeira origem do fascismo e fornece uma visão ampla sobre a origem esquerdista do fascismo e as suas raízes nazistas. Dinesh D’Souza procurou mostrar em A Grande Mentira que a esquerda americana, representada pelo Partido Democrata, serviu de inspiração para o nascimento do nazismo assim como extraiu de suas ideias os fundamentos para o fascismo. Segundo o autor, o nazismo traz em sua base ideológica crenças semelhantes às que deram origem, por exemplo, a KKK (Ku Klux Klan), não por acaso, fundada pelos membros do Partido Democrata. O racismo, o mais abjeto sentimento nutrido pelos democratas no início do século XIX, tendo como corolário o KKK, a sua obra prima, encontra concordância com o mesmo tipo de racismo protagonizado pelos nazistas. Com efeito, argumenta o autor, a ideologia nazista extraiu da história inicial dos democratas o caminho necessário para o social-nacionalismo alemão. Por outro lado, o autor assinala que o Partido Republicano, na mesma época, defendia os direitos dos escravos e clamavam pela abolição. Atualmente, os democratas apontam a direita e os conservadores como fascistas, quando na verdade, ainda hoje, considerando os seus atos, são eles os verdadeiros fascistas.

           O autor revela que após o mundo ficar conhecendo os horrores nazistas, sobretudo no que tange o holocausto judeus com 6 milhões de vítimas e compreender que o nazismo estava diretamente relacionado ao socialismo, os democratas passaram a se autointitular de progressistas, numa tentativa desesperada de ocultar o seu passado comprometedor. Para Dinesh D’Souza, essa é mais uma das grandes mentiras da esquerda americana, pois de acordo às suas argumentações eles são socialistas em todos os aspectos. Sem hesitar, ele enfatiza que o progressismo nada mais é que um socialismo que cultua em seus dogmas o nazismo, o fascismo e o comunismo. 

           Para o autor, os progressistas ficaram com todo o crédito dos movimentos dos direitos civis. Desde o século 19 que eles vem trabalhando ardentemente em todas instituições para fazer deles o defensor desses direitos e os republicanos os culpados por todas as desgraças do povo americano. Na verdade é típico da esquerda acusar o outro dos seus erros. Obama e Hillary são o ícone da mentira, sustenta Dinesh D’Souza. Qualquer pessoa que queira publicamente defender suas ideias conservadora é rechaçadas pela esquerda militante. Grupos articulados estão sempre de prontidão para atrapalhar e até fazer uso da violência quando encontra resistência. A esquerda é revolucionária por definição, portanto, o padrão da esquerda é a violência. Muitos autores esquerdistas defendem o uso da violência quando visa defender os seus interesses e não veem nada demais exceder os limites da boa convivência e partem para a agressão verbal ou então para a violência física depredando patrimônios públicos e privados e, não raro, com agressão extrema aos seus opositores. Os atos da esquerda vem disfarçados de movimentos sociais, luta de classes e todo tipo de atitude militante. Por outro lado, qualquer que seja um ato público da direita, a esquerda estará lá com seus grupos dispostos a tudo para tumultuar, com o uso sistemático da violência. Dinesh D’Souza chama isso de relativização da violência. Eles podem tudo, o outro nada. Condena no outro as suas próprias práticas. Portanto, analisando o conjunto da obra,  quem são os verdadeiros fascistas? O autor responde tacitamente: os democratas, é claro. É só olhar para a trajetória deles desde que o partido foi criado e as evidências transbordam.

“Aqueles que se autodeclaram oponentes do ódio, são estes os verdadeiros praticantes das políticas de ódio. Por meio de um processo de transferência, os esquerdistas culpam a vítima de ser e fazer o que eles próprios são e fazem. Numa inversão doentia, os verdadeiros fascistas da política americana disfarçam-se de antifascistas e acusam os verdadeiros antifascistas de fascistas”(Dinesh, 11)

           A todo o custo a esquerda procura impor os seus valores e princípios.  As suas verdades tem como filosofia o relativismo, de maneira que não é diferente nos Estados Unidos, pelo contrário, embora disfarçado de progressistas, é evidente a verdadeira ideologia dos democratas. Infiltrados em todas as instituições, as ideias esquerdistas dominam a imprensa, a política, os intelectuais e as academias. Para Dinesh D’Souza, “a esquerda busca autoridade governamental para impor e institucionalizar valores progressistas como o aborto e os direitos iguais para gays e transexuais, tudo sob financiamento do governo federal”. De onde ele conclui que:

“Então, se a “direita”, na América, significa um governo limitado e não intrusivo com amplo alcance para a busca individual da felicidade, a “esquerda”, na América, significa um poderoso Estado centralizado que implementa valores esquerdistas e é controlado pela esquerda.” (Dinesh, 44)

“Consequentemente, pode-se dizer que, como planos ideológicos para a sociedade, o fascismo e o nacional-socialismo ainda não fracassaram, porque nunca foram completamente experimentados. No progressismo moderno, portanto, vê-se uma tentativa de reavivamento e ressurreição. Obviamente, este avivamento deve estar sob um nome diferente, e a esquerda certamente precisará de alguma camuflagem antifascista. (Vejam, não temos nenhum fascista por aqui! Você não percebe que estamos lutando contra o fascismo?) Mesmo assim, para pessoas que sabem como reconhecê-los, a esquerda de hoje ainda é o partido do fascismo e do nacional-socialismo, velhas ideologias marchando agora em um diferente continente sob novas cores e diferentes roupagens; um fascismo para o século XXI(Dinesh, 73)

           O problema do fascismo da esquerda, demonstrado por Dinesh D’Souza no que tange a origem e suas verdades, é um problema de ordem mundial. A esquerda sempre escondeu os seus erros e soube muito bem como encontrar um culpado. Acusa o outro daquilo que pratica e não invariavelmente culpa o outro por seus fracassos. Sempre sob a justificativa da igualdade e progresso da humanidade põe-se a destruir qualquer valor que não esteja de acordo aos seus valores e crenças. A esquerda radical escamoteia tudo. Se não deu certo, tenta reconstruir sob outras perspectivas sem jamais perder a ideia original. Isso não se vê apenas nos EUA e em um tempo específico. Há séculos a esquerda, sob a luz do iluminismo, trouxe benefícios e malefícios. As ideias progressistas que nasceram das suas bases foram capazes de iluminar o caminho para a ciência, tecnologia e justiça, por outro lado, nas questões sociais suas teorias fizeram mais mal que bem. 

           No Brasil, onde as ideias de esquerda predominam há pelo menos 35 anos, é evidente o estrago que suas ideologias causaram na educação, segurança e saúde. Os resultados de décadas de uma educação falaciosa, de cegueira da justiça que sob a bandeira do politicamente correto aprisiona e oprime o cidadão de bem, de descaso com a saúde pública, ficam claros nas estatísticas. O que somos hoje é frutos de aplicações de ideias ruins no desenvolvimento da sociedade brasileira. A esquerda em nossa pátria chama o outro de fascista, mas na prática os seus atos revelam que são eles os verdadeiros fascistas, Aqui entre nós, a esquerda radical é contra qualquer um ou ideias que se opunham às suas diretrizes. Dona da verdade, a esquerda não aceita ponderações ou discordâncias nem mesmo das minorias que alega defender. Para a militância esquerdista, ser homossexual e negro de direita, por exemplo, é visto como crime hediondo. Essa é a esquerda, aqui e em qualquer lugar do planeta terra, na tentativa de destruir ordens seculares e estabelecer utopias.