Esta é uma obra que deveria ser leitura obrigatória além das universidades, dado o seu valor social-religioso. Infelizmente, salvo para os professores e sociólogos, o livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo é pouco lido pela maioria das pessoas esclarecidas.

Max Weber foi o pensador cujas idéias mais contribuíram para a compreensão do capitalismo como um fenômeno que tem profunda ligação com a religião, sobretudo as religiões protestantes.

Para Weber a reforma calvinista criou as bases do capitalismo, porque embora os calvinistas condenassem o lucro, acreditavam que não era a vida contemplativa que agradava a Deus, mas uma vida dedicada ao trabalho e o ajuntamento do necessário.

Uma reflexão sobre a história americana na sua origem, quando ingleses puritanos chegaram a América do Norte, mostra que eles tinham uma missão: fundar uma nação com fortes laços em tradições religiosas e muito trabalho. Para os reformados, o caminho para Deus estava na vocação profissional e que riqueza adquirida com prudência glorificaria a obra de Deus. Um povo que se formou na doutrina da predestinação, que acreditava que o ócio e a preguiça eram os verdadeiros pecados do homem, não teria como não se tornar a última palavra em capitalismo.

Ao estudar sobre o comportamento protestante em relação ao trabalho, Weber mostrou que o capitalismo sempre será a melhor forma de prosperidade e combate a desigualdade, sem que para isso seja necessário tornar todas as pessoas iguais, mas a cada um conforme o seu merecimento.