A Decadência do Ocidente, eis aqui um fenomenal estudo sobre os fatos que levaram o ocidente, sobretudo a Europa ao estado que hoje se encontra. Fruto de quase uma década de estudo e reflexão sobre a cultura ocidental o livro A Decadência do Ocidente, do filósofo e historiador alemão Oswald Spengler é  a análise da forma da História Universal e seus reflexos na sociedade da sua época.  O livro foi escrito em 1922, mas é  tão atual quanto agora, quando a Europa perde tradição e força com políticas lenientes e a morte do “homem europeu” foi decretada.

Nesta edição reescrita e condensada por Helmut Werner a partir de minuciosos estudos da obra original, o leitor terá acesso às principais ideias spengleriana.

Spengler em suas análise da História Universal, afirma:

“Nossa história assume então a forma da ideia de uma morfologia da História Universal, do Universo como História, em oposição a morfologia da natureza, a qual, até hoje,  foi, com raras exceções, o tema exclusivo da filosofia. A morfologia da história universal compreenderá mais uma vez, porém, um agrupamento completamente diverso, todas as figuras e todos os movimentos do mundo, coordenando-se, não num panorama das coisas conhecidas, mas num quadro da vida, não do que se produziu, mas o próprio processo de produzir-se.”

“[…]Por isso cumpre-se assinalar energicamente os limites que tracei para mim mesmo nesta obra. Não se procure tudo nas suas páginas. Elas só contém  aspecto do que se descortina à minha frente, uma visão nova apenas da História,  uma filosofia do destino, a primeira do seu gênero.”

“[…]A morfologia do orgânico, da história e da vida, de tudo quanto estiver dotado de direção e destino, chama-se fisiognomonia.  Daqui a cem anos, todas as ciências suscetíveis de subsistir em solo europeu, serão fragmentos de uma imensa e única fisiognomonia.”

“Uma cultura morre, quando essa alma tiver realizado a soma das suas possibilidades,  sob a forma de povos, línguas, dogmas, artes, Estado, ciências, e em seguida retornar à espiritualidade primordial. “

Spengler, espírito erudito de profunda consciência do devir, possuía uma visão do mundo caótico na sua contemporaneidade a partir do foco histórico universal, ou seja, Spengler considerava suas ideias não finalísticas, mas um começo para a compreensão da História Universal.

“Nossa tarefa assume então a forma da ideia de uma morfologia da História Universal, do Universo como História, em oposição à morfologia da Natureza, a qual, até hoje, foi, com raras exceções, o tema exclusivo da Filosofia. A morfologia da História Universal compreenderá mais uma vez, porém, um agrupamento completamente diverso, todas as figuras e todos os movimentos do mundo, coordenando-se, não num panorama das coisas conhecidas, mas num quadro da Vida, não do que se produziu, mas o próprio processo de produzir-se.”

 “Ainda não encontrei ninguém que levasse a sério o estudo da afinidade morfológica que liga intimamente a linguagem das formas em todos os campos da Cultura. Os próprios fatores mais reais da política, considerados nesta perspectiva, assumem um caráter simbólico, deveras metafisico. […]Neste ponto manifesta-se que, por enquanto, não existe nenhuma arte, teoricamente elucidada, da observação histórica. Pensam alguns realizar uma investigação histórica, ao irem em busca do nexo objetivo de causa e efeito. Mas, ao lado do físico e do matemático, o historiador parecerá relaxado, cada vez que passar da coleção e da classificação do material para a sua interpretação.”

 Spengler assim como Bloch, são pragmáticos e acreditam que há um papel da história no universo, enquanto o Bloch defende o ofício do historiador e propõe a inclusão do homem e o tempo no espaço histórico como formadores dessa consciência universal, Spengler analisa a natureza do homem dentro da própria natureza que ele separa da Historia Universal.

“Natureza é a forma sob a qual o homem das culturas elevadas confere unidade e significado às impressões imediatas dos seus sentidos. História é a forma sob a qual a sua imaginação procura compreender a existência viva do Universo, com relação à sua própria vida, a fim de conferir a esta uma realidade mais profunda. […]Que ocorrerá, porém, quando toda uma cultura, quando a consciência que uma nação inteira tiver de si mesma, provierem de tal espírito não histórico? Como se lhe afigurarão a realidade, o mundo, a vida? “

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