O maior ícone da Revolução Comunista da América Latina da atualidade está ruindo. Depois de mais de 60 anos sob regime de opressão e servidão, ouve-se nas ruas de Cuba o clamor pela liberdade. É o fim da revolução. Revoltado com a incompetência do governo de Miguel Díaz-Canel no combate à pandemia da Covid-19 e com a continuidade do regime ditatorial comunista que arrasta os cubanos para a pobreza cada vez mais acentuada, o povo vai às ruas e exige mudanças já. Perdido, o sucessor tupiniquim do ditador Fidel Castro, insufla os revolucionários, apoiadores do regime, irem às ruas, com a sua milícia, para rechaçarem a justa insurgência. O mundo está perplexo diante da reação popular frente ao regime de Fidel Castro. Alguns manifestantes cubanos chegam a expressar a sua indignação pondo abaixo a crença no socialismo. Por outro lado, a imprensa esquerdista assim como o próprio Canel, sustentam que isso é fruto de uns poucos contra-revolucionários financiados pelos EUA e afirmam que este é o culpado pela miserável vida do povo cubano.

Como não poderia deixar de ser, “os esquerdistas caviar” (lembrando aqui o Rodrigo Constantino) vêm com as mesmas e insustentáveis retóricas da esquerda: o comunismo é lindo e a culpa de todos os problemas de Cuba é dos Estados Unidos. Incompetente, frente a uma situação que lhe foge o controle, e sem conseguir perceber que a ilha cubana não suporta mais essas desculpas esfarrapadas, Canel convoca os revolucionários, apoiadores do castrismo e da revolução para ir à rua e defender a democracia cubana e, diga-se de passagem, a convocação não tem o intuito de dialogar. É na base da porrada mesmo. É desta maneira que o governo de Canel pensa resolver os graves problemas sociais e econômicos de Cuba causados por ele e seus ídolos: colocando os seus apoiadores e a polícia sob o seu controle para massacrar o povo cubano e no final culpar o tal do imperialismo americano. Velhas retóricas, nada mais.

O fato é que o povo cubano, sem a presença hipnótica do Fidel Castro e os seus longuíssimos discursos retóricos, tomou coragem e se insurge clamando por liberdade e justiça. Exige, enfim, o fim das perseguições políticas e suas prisões arbitrárias, e “paredões ocultos”. O povo cansou e finalmente depois de um longo período em sonambulismo vai às ruas para por fim o governo ditatorial dos Castros. 

O povo foi enganado durante 60 anos. A revolução foi traída. Depois que Fidel assumiu o poder, o que se viu foram mortes, perseguições a intelectuais, artistas, empresários e todos aqueles que discordavam o mínimo possível da revolução e dos ditames do Fidel Castro. Ele conseguiu de fato a tão sonhada igualdade: deixou todos os cubanos igualmente pobres e fez de Cuba o ícone da mentira. Graças ao comunismo Cuba se tornou um dos países mais pobres da América Latina. Vitória do comunismo.

A esquerda, sobretudo no Brasil, ainda acreditando que o comunismo é viável, é testemunha atônita, sem acreditar no que os seus olhos veem, o povo cubano iniciar uma nova Revolução. Não se sabe como tudo isso vai terminar. Já se fala em fuga dos Castros para outros países. Mas, a verdadeira revolução é essa. De fato, genuína e legítima, a Revolução está agora nas ruas cobrando liberdade e o fim da ditadura. Com efeito, independente de qualquer coisa há uma mudança irreversível na consciência do povo cubano que o impele a avançar cada vez mais nos caminhos que conduzem à liberdade. Esse é um momento histórico que, guardando as devidas proporções, assemelha-se ao fim da URSS e à queda do muro de Berlin. Essa é a primavera Cubana que anuncia o fim da revolução que se iniciou há mais de 60 anos e nunca terminou.