No livro “Esquerda – crise e futuro”, de autoria do professor e escritor José Maurício Domingos revisita a trajetória do governo petista identificando suas falhas e propondo reflexões para uma reconstrução do pensamento de esquerda e a própria recuperação do Partido dos Trabalhadores (PT), enquanto uma agremiação da causa operária.

   O autor observa que uma profunda crise no país e, sobretudo na esquerda, causaram profundas fissuras na esquerda e esgarçam o tecido social. Segundo o autor, o Partido dos Trabalhadores (PT) auxiliou na quebra de confiança e saturação que repercutiu diretamente na história e na práxis da esquerda no Brasil. Assim, Esquerda – crise e futuro, retrata o erro do PT que se perdeu no mar de corrupção e erros graves na condução do país nos anos em que governou o país.

   Ao ler o livro, não há como não relembrar o comentário do cantor de rap Mano Brown que num evento do PT em que se encontravam várias personalidades do mundo artístico e político quando ele protestou para todos os presentes contra o PT ao, segundo ele, afastou do verdadeiro interesse do povo. É sobre esta questão que o livro Esquerda – crise e futuro vem discutir e buscar alternativa para salvar o PT. Ao final esta obra propõe “a retomada dos caminhos da vanguarda da esquerda que ao longo dos séculos XIX e XX revirou o mundo de ponta a cabeça e fez história. É um alerta para evitar que a esquerda perca a tradição ao não mais se identificar com as suas raízes.

   É fato que, para o PT, o afastamento das ideologias que lhes deram formação e credibilidade abriu espaço para a ascensão da direita. A vitória de Jair Bolsonaro à presidência da república nas eleições de 2018, representou não só uma derrota profunda no espírito esquerdista, assim como fortaleceu a direita por causa da corrupção envolvendo o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É claro, e nunca é demais lembrar, que a vitória do presidente Jair Bolsonaro representou antes de tudo uma amostra do quanto o povo estava insatisfeito com o governo petista, senão como explicar o fenômeno Bolsonaro que venceu o pleito com pouco tempo nas mídias, sem dinheiro, enquanto o PT tinha o poder e dinheiro da máquina estatal ao seu dispor.