A filósofa de origem soviética e cidadania norte-americana, Ayn Rand, engendrou um sistema filosófico que se revelou de forma inequívoca em sua monumental obra A Revolta de Atlas. Este sistema filosófico, conhecido como objetivismo, preconiza que a realização humana deve se centralizar no indivíduo, dotado de uma mente racional e autoconsciente, buscando viver de acordo com seus valores racionais e objetivos. O objetivismo, em sua essência, contrasta de maneira diametral com o coletivismo, o qual concebe como uma supressão da liberdade individual. No tocante à obra O grego, o frade a heroína, do eminente empresário e literato brasileiro, Roberto Rachewsky, destaca-se a defesa eloquente do objetivismo e de sua eminente criadora frente ao estatismo e todas as suas manifestações, almejando assim fortalecer e efetivar, em solo brasileiro, o pensamento filosófico dessa notável pensadora

     Rachewsky conceitua o “objetivismo” como uma filosofia abrangente, concebida com a finalidade de proporcionar princípios e valores destinados a capacitar o indivíduo a otimizar sua existência neste mundo. Seu desígnio não se volta à melhoria da coletividade; em vez disso, busca dotar os sujeitos de instrumentos intelectuais que favoreçam o aprimoramento de suas próprias vidas. Essa definição imediatamente conduz à compreensão dos propósitos subjacentes à filosofia de Ayn Rand.

     Consoante ao eminente autor, o objetivismo tem raízes que remontam a terrenos previamente explorados por outros pensadores. Dentre estes, notáveis são os legados de Aristóteles e São Tomás de Aquino, cujos conceitos forneceram o alicerce essencial para a evolução das ideias filosóficas de Ayn Rand. Esses filósofos partilhavam pontos de convergência, contribuindo assim para a base sobre a qual se construiu o pensamento randiano.

     Rachewsky encontrou na convergência de pensamento dos três ilustres pensadores a essência da filosofia de Ayn Rand, o objetivismo. Para Rachewsky o pensamento de Aristóteles e Tomás de Aquino, são na visão de Ayn Rand, os únicos e verdadeiros filósofos que ela recomendaria porque Aristóteles, por todo o seu trabalho em prol da realidade objetiva, da razão como um absoluto e da ética do individualismo; Tomás de Aquino, por ter resgatado o trabalho de Aristóteles com base nas traduções feitas por Maimônides e Averróis, com a importante contribuição de ter separado e dado autonomia à filosofia com base na razão; e ela mesmo, ou seja, como denominado por Rachewsky, os três A’s, Aristóteles, Aquino e Ayn cuja filosofia centra-se no indivíduo e na realidade objetiva.

O livro de Rachewsky assume um papel de leitura imperativa para aqueles que demonstram afinidade com a concepção de liberdade em sua acepção mais restrita e que detêm a convicção de que o indivíduo detém um status primordial na estrutura social, alicerçando, assim, a premissa de que todas as iniciativas das autoridades governamentais devem ser direcionadas à criação de um ambiente propício à realização individual e à busca pela felicidade. Para os defensores das ideias de teor mais libertário, a obra O Grego, o Frade, a Heroína se erige como uma oportunidade para reforçar os argumentos em prol do Objetivismo e de sua autora.