Com a crescente onda do antissemitismo em voga urge a leitura dos textos “Os Protocolos dos Sábios de Sião”. A leitura proposta não visa endossar o antissemitismo, mas sim alertar sobre a propagação do ódio através manipulação da informação, levando as pessoas a buscar ‘justiça’ em nome de causas que desconhecem. O formato do texto, apresentado como atas de um suposto Congresso em Basileia (Suíça) em 1898, sugere que um grupo de sábios judeus e maçons conspirou para estabelecer uma dominação global.

Entretanto, essa narrativa é uma falsificação que se vale de passagens plagiadas do diálogo no inferno, entre Maquiavel e Montesquieu, originárias da obra satírica do escritor francês Maurice Joly (1829—1878). A obra acusava o imperador Napoleão III de conspirar para consolidar todos os poderes na sociedade francesa. Por conseguinte, está explicito a constatação do distanciamento da realidade dos textos dos Protocolos e a sua natureza romanesca.

Embora seja verdade que Hitler tenha utilizado os Protocolos para justificar o extermínio de seis milhões de judeus, é curioso notar que Stalin também os empregou para disseminar o antissemitismo mundial, fato muitas vezes omitido na historiografia.

Em sua corajosa obra “Desinformação” o tenente-general romeno Ion Mihai Pacepa e o professor Ronald J. Rychlak dedicam algumas páginas reveladoras sobre como a URSS promoveu a abominável conspiração através dos textos do “Protocolo dos Sábios de Sião”.

Os autores esclarecem que: “os protocolos eram uma contrafação russa compilada por um especialista em desinformação, Petr Ivanovich Rachovsky, que o forjou do Okhrama, polícia política do Tzar Alexandre III”. Desde já está claro que Stalin e Hitler souberam usá-lo bem em suas mortíferas máquinas de desinformação. É espantoso que ainda hoje ainda se dê credibilidade aos textos dos Protocolos.

Ao final da leitura, torna-se evidente que os Protocolos dos Sábios de Sião não devem ser considerados seriamente, sendo uma fraude destinada a fomentar o ódio e justificar perseguições e violência contra os judeus.