Do Conhecimento de si mesmo

Tratado da Consciência contém os escritos de São Bernardo de Claraval (1090-1153) que são um guia para o profundo mergulho no interior da consciência para abrir o corpo para Deus sob o qual Ele fará a sua morada. O Santo homem ensina que devemos praticar boas obras para se manter a consciência limpa e fortalecer o corpo colocando-os longe das tentações mundanas que pervertem a alma e condena ao fogo do inferno. Claraval nos diz quepara edificar a casa da consciência é necessário que lutemos valorosamente, que não desfaleçamos no combate com nosso corpo. Eis aqui o caminho a ser seguido por todo cristão que quer sentir a poderosa mão de Deus sobre a sua cabeça, trazendo paz e alegria para o coração puro e imaculado das imundices do mundo.

O labor para tal objetivo não é algo fácil, avisa São Bernardo de Claraval, pois exige muito esforço e oração, constante estado de vigilância e determinação do espírito. O felizardo que vence essa batalha será agraciado com a presença constante de Deus. Seus passos terão um Guia: Jesus Cristos. Por isso que São Bernardo de Claraval dá tanto valor ao que se mantém atento contra as tentações do mundo – aquelas que apodrecem a carne e jogam o espírito nas trevas. Ele ensina que  sendo a consciência a morada perpétua da alma cumpre que ela seja purificada primeiro, e solidamente edificada depois . Quem a purificará? Pergunta Claraval, “Deus e o homem” conclui e, prossegue “o homem, por meio de seus pensamentos e afeições. Deus, por sua misericórdia e por sua graça”

A consciência é um poço que acumula a água parada. Esta repousa calma e límpida no fundo do poço da consciência. Isto nos traz imensa satisfação pois achamos que a consciência está limpa e portanto estamos mais próximo de Deus. Ledo engano. Agite a água do fundo do poço da consciência e o lodo subirá. Eis aí a sua verdadeira consciência. É uma surpresa desagradável que muita tristeza trás, revela a primeira impressão. Mas, O Deus Altíssimo é misericordioso e benevolente. Ele não abandona os seus filhos e está sempre à disposição para aqueles que com o coração repleto do verdadeiro arrependimento precisa do Seu perdão.  As Portas do Reino de Deus sempre se abrirá para quem nela bater. Não é verdade que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou em suas Palavras que Deus receberá todos aqueles que o procurar?  Está escrito no Evangelho de Mateus 7:7-11:

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.
E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?”

Agora tem-se um grande trabalho na higienização da consciência. É preciso limpá-la, purificá-la. Os meios para alcançar tal objetivo, ensina Claraval em seu opúsculo, é pela ação e pela oração. A leitura de Tratado da Consciência é o caminho para a limpeza da alma.  Eis as palavras de sabedoria de São de Bernardo de Claraval para a purificação da consciência, com as Graças de Deus! Amém!

Orientações para direção da consciência extraídas do Tratado da Consciência

“Por ter-se deleitado os consolos do mundo, não encontrará a consolação interior, que somente Deus dá: Deus não se digna visitá-la, e a alma angustiada pelo peso de sua própria consciência não poderá suporta-se a si mesma; não encontrará o desejado repouso por que abandonou Aquele em que unicamente deveria repousar e habitar.”

“Purifica vossa consciência, a fim de que Deus se digne habitar em voz, encontre sua morada limpa e convenientemente disposta; porque ele mesmo disse: Edificai-me o Santuário e nele morarei entre vós.”

“Cuide, portanto, com grande zelo, a alma desejosa de que Jesus Cristo nela habite, que seus membros, Isto é, o entendimento, à vontade, e a memória, porque, para preparar em nosso interior uma habitação digna de Deus, é necessário que a razão não se encontre extraviada, nem pervertida à vontade, nem manchada a memória.”

 

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OPÚSCULO SOBRE O LIVRE-ARBÍTRIO