A psicóloga brasileira Marisa Lobo, em sua obra Famílias em Perigo, rejeita a ideologia de gênero como uma falácia perigosa que tem por objetivo a subversão dos valores morais, religiosos e familiares. A autora, em particular, discorre sobre os riscos e problemas associados à difusão da ideologia de gênero nas escolas e sua exposição a crianças entre 3 e 10 anos de idade. São 22 capítulos dedicados à refutação da ideologia de gênero.

     A solidariedade em relação à causa LGBT é um fenômeno salutar e incentivável. Como grupo que defende direitos legítimos, o movimento LGBT tende a crescer e a receber cada vez mais apoio da sociedade, visto que a valorização da diversidade é essencial para a nossa civilização. Entretanto, a problematização dos direitos assegurados aos LGBT e a politização de questões de gênero em ideologias que confrontam os direitos dos indivíduos de outras posições é uma questão preocupante. A situação se agrava ainda mais quando a ideologia de gênero é introduzida em instituições de ensino e influencia o pensamento de crianças. 

     Marisa Lobo observa que estamos vivendo a maior ditadura de “gêneros” de todos os tempos, com contornos de subversão e esquizofrenia social“. Marisa Lobo convoca-nos a uma luta árdua contra essa ditadura se quisermos ainda continuar falando em família, tradição e valores cristãos. Tudo isso está com os seus dias contados se nada fizermos para mostrar a sociedade o quão nocivo é a ideologia de gênero. Diante do que aqui foi exposto qual é o objetivo da ideologia de gênero? Segundo Marisa Lobo, a ordem é perverter todo e qualquer sentido natural de toda a história da natureza humana.

     A autora alerta que  os heterossexuais estão ameaçados e podem desaparecer como a união necessária para constituir a família tradicional.  Isso porque a família que a ideologia de gênero professa não é a composta por pai, mãe e filhos,  mas uma junção de pessoas, independente do sexo, para cuidar de crianças ou adolescentes. Pois o conceito de família do pós-modernismo é que pais biológicos são uma invencionice de pessoas retrógradas. Para os ideólogos de gênero, país e mãe pode ser qualquer um que cuide e que o fato biológico seja irrelevante.

Em nome da “emancipação do ser”, ignorando o caráter normal de sanidade mental, os limites sociais e a natureza humana, seguem desconstruindo, difamando, manipulando qualquer base, regras e qualquer sentido da vida humana.

     Um dos temas frequentemente discutidos em relação à controvérsia em torno da ideologia de gênero é a questão da igualdade de direitos. Segundo a psicóloga Marisa Lobo, a noção de igualdade de direitos, quando utilizada em prol da ideologia de gênero, é paradoxal, pois desconsidera completamente as distinções biológicas entre os gêneros. Tal perspectiva propõe que as pessoas nascem sem um sexo definido e que a identidade de gênero é uma construção social.

Essa ideologia de gênero tenta anular todas as diferenças entre os seres humanos, esquecendo que homens e mulheres são biológica, psicológica e culturalmente diferentes e que apenas com a compreensão dessas diferenças é que conseguiremos contemplar a verdadeira igualdade.

     Lamentavelmente, o discurso acerca da necessidade de espaços para debate sobre a ideologia de gênero tem sido unilateral, com seus defensores rejeitando a possibilidade de considerar pontos de vista contrários e impondo apenas uma visão unidimensional da questão. Isso tem levado à recusa em questionar aspectos fundamentais que compõem a ideologia de gênero. Tal postura é desconcertante, uma vez que a discussão aberta e democrática acerca dessa temática é fundamental.

Os que não aceitam essa ideologia, essa desconstrução social, cultural e sexual, são rotulados de obscurantistas, sexistas, preconceituosos, racistas e homofóbicos. São perseguidos profissionalmente e pessoalmente, assassinados em sua moral. Esses movimentos estão promovendo um colapso cultural, destruindo todo e qualquer valor humano que conhecemos como civilização e humanidade. Precisamos reagir, ou seremos engolidos por essa ditadura.

Religião 

     A cristofobia, caracterizada pelo sentimento de ódio e preconceito direcionado aos cristãos, tem sido solidificada por meio das mídias e instituições, com o intuito de erradicar o cristianismo, que é considerado pelos militantes LGBT da ideologia de gênero como uma ameaça aos seus propósitos. A intolerância e a falta de respeito são armas utilizadas contra os cristãos. A intolerância aos cristãos é evidenciada por meio de zombarias em relação à fé, pelo ataque aos seus símbolos, acusando-nos de ultrapassados e supersticiosos. Para o marxismo, além da família, a religião era o ópio do povo e uma forma de opressão de uma classe sobre a outra. Gramsci ao seu turno com a sua guerra de expansão encontrou uma forma eficaz de subverter a igreja: infiltrando nela as suas raízes marxistas que deram origem a vertentes do cristianismo, como a teologia da libertação, de tal maneira que a igreja cristã está diante de uma série crise de identidade.

Família 

     O propósito primordial das ideologias de gênero é a aniquilação da família tradicional. Conforme defendido por seus adeptos, a família representa a antítese de seus valores e princípios, uma vez que a estrutura familiar composta por pai, mãe e filhos é percebida como uma afronta a suas concepções. Entretanto, diante da força da família tradicional, seus princípios se dissolvem e são postos em xeque. A dissolução completa e irreversível da instituição familiar é concebida como um plano marxista, conforme aponta a reflexão da psicóloga Marisa Lobo. A visão de Karl Marx e Engels, por exemplo, pregava o fim da família tradicional.     

Valores morais

     A ideologia de gêneros é a desconstrução dos valores judaico-cristã e tudo o que ele representa. Não existe o certo e errado, prega a ideologia. A moralidade é um constructo heteronormativo do patriarcado branco ocidental. Neste sentido a autora mostra que tudo o que pensamos passa pelo filtro do relativismo moral. Uma vez que não existe o certo e o errado os valores morais desaparecem.

     Em toda obra o objetivo da Marisa Lobo é esclarecer para as pessoas sobre o perigo que representa a ideologia de gênero e as suas consequências, sobretudo quando levada às escolas e ministrada no ensino infantil. A obra é uma conscientização à preservação da vida, da família, da religião e dos valores morais. Por outro lado, o livro refuta o relativismo moral e cultural que está destruindo a nossa sociedade.