Um elenco de formidáveis jovens personalidades brasileiras de diversas matizes intelectuais reúnem em pequenos ensaios ideias e críticas sobre uma anomalia jurídica que se desenrolou em nosso Brasil contemporâneo conhecido por “O Inquérito das fake news”, cujo propósito era investigar, supostamente, a existência de notícias falsas, infrações que, segundo os autos, podem configurar calúnia, difamação e injúria contra os membros do então ultra poderoso STF.

Os aludidos ensaios dos destemidos denunciantes foram organizados num livro intitulado “O INQUÉRITO DO FIM DO MUNDO”, que nas palavras de Ludmila Lins Grilo, Flávio Morgenstern, Márcio Rocha Monteiro, Marcelo Salomão Czelusniak, Márcio Luís Chila Freyesleben, Rogério Greco e Sandres Sponholz, jovens escritores e detentores do notável saber jurídico, significou “o apagar das luzes do judiciário”. Por conseguinte a obra é uma contundente crítica contra um processo de natureza kafkiana que fere os pilares do sistema judicial brasileiro.

Para Ludmila Grilo, o fato representa o sepultamento do Direito no Brasil. Com efeito, segundo a insigne juíza, “o malfadado inquérito n° 4.781 concentra em si um cipoal de ilegalidades e inconstitucionalidades”, que em condições normais não se instauraria e nem mesmo se veria tamanha violação à Constituição. Sob a mesma perspectiva, Flávio Morgenstern, compara o funesto inquérito orwelliano ao “Ministério da Verdade” da obra distópica 1984 do consagrado escritor George Orwell, vez que a verdade é distorcida sob o peso da desinformação.

O Inquérito das fake news suscita questões pertinentes sobre a atual situação de insegurança jurídica na sociedade brasileira, na qual cidadãos respeitadores da lei podem, de repente, ser acusados de cometer crimes simplesmente por expressar suas opiniões. Este cenário desafia a liberdade de expressão e cria um ambiente de incerteza. Estamos vivendo tempos sombrios, onde a verdade é questionada e os cidadãos enfrentam a possibilidade de serem afetados por um sistema legal que pode ser percebido como corrupto e opressivo.