O eterno conflito entre o povo de Israel e os Palestinos, que volta a tomar proporções assustadoras em nossos dias atuais, fez-me refletir sobre a vida do Jesus histórico, que segundo alguns estudiosos do assunto foi preparado pelos essênios, uma seita judaica com propósitos messiânicos, para ser o messias que surgiria com o seu exército para libertar o povo eleito da tirania dos romanos. Pus-me a refletir sobre a história de Jesus e dos Zelotes, seita de cunho revolucionário. 

Revisitei, pois, à obra literária intitulada “Zelota, a vida e época de Jesus de Nazaré”, de autoria de Reza Aslan, um notório estudioso das Escrituras Sagradas, a qual lança luz sobre a faceta menos explorada da figura de Jesus, cujo conhecimento ainda permanece obscuro para a maioria dos cristãos. Vale ressaltar que o autor conduz sua investigação com a devida reverência à fé, buscando apresentar revelações originais sobre a vida de Jesus de Nazaré sem, contudo, ameaçar a sacralidade de sua divindade.

Segundo Reza Aslan,  o grande desafio de situar o Jesus humano num contexto histórico reside na quase total ausência de Jesus, homem que alteraria de modo permanente o curso da história humana. Alerta ainda que embora seja uma fonte segura, as epístolas de Paulo apresentam poucas informações. Para o autor, os evangelhos dizem muito sobre Jesus, o Cristo, mas pouco sobre Jesus, o homem. 

Na concepção do autor, a história de Jesus de Nazaré precisa ser melhor compreendida.  Segundo Aslan, “este livro é uma tentativa de recuperar, tanto quanto possível, o Jesus da história, o Jesus antes do cristianismo: o revolucionário judeu politicamente consciente que, há 2 mil anos, atravessou o campo galileu reunindo seguidores para um movimento messiânico com o objetivo de estabelecer o Reino de Deus”.

Nesta perspectiva, o leitor precisa de um esforço especial para ver apenas o lado da história de Jesus de Nazaré e sua missão como judeu. Se assim o fizer conhecerá um outro lado muito interessante da história de Jesus.